[Resenha] Circe

1 de setembro de 2021

 

Título: Circe
Autor: Madeline Miller
Editora: Planeta Minotauro
Páginas: 368
Ano: 2019
*Cortesia da editora
Sinopse: Uma releitura corajosa e atual da trajetória de Circe, a poderosa – e incompreendida – feiticeira da Odisseia de Homero.
Na casa do grande Hélio, divindade do Sol e o mais poderoso da raça dos titãs, nasce uma menina. Circe é uma garotinha estranha: não parece ter herdado uma fração sequer do enorme poder de seu pai, muito menos da beleza estonteante de sua mãe, a ninfa Perseis. Deslocada entre deuses e seus pares, os titãs, Circe procura companhia no mundo dos homens, onde enfim descobre possuir o poder da feitiçaria, sendo capaz de transformar seus rivais em monstros e de aterrorizar os próprios deuses.
Sentindo-se ameaçado, Zeus decide bani-la a uma ilha deserta, onde Circe aprimora suas habilidades de bruxa, domando perigosas feras e cruzando caminho com as mais famosas figuras de toda a mitologia grega: o engenhoso Dédalo e Ícaro, seu filho imprudente, a sanguinária Medeia, o terrível Minotauro e, é claro, Odisseu.
E os perigos são muitos para uma mulher condenada a viver sozinha em uma ilha isolada. Para proteger o que mais ama, Circe deverá usar toda a sua força e decidir, de uma vez por todas, se pertence ao reino dos deuses ou ao dos mortais que ela aprendeu a amar. Personagens vívidos e extremamente cativantes, aliados a uma linguagem fascinante e um suspense de tirar o fôlego, fazem de Circe um triunfo da ficção, um épico repleto de dramas familiares, intrigas palacianas, amor e perda. Acima de tudo, é uma celebração da força indomável de uma mulher em meio a um mundo comandado pelos homens.

Resenha
Quando Circe nasceu, seus pais ficaram horrorizados. Como poderia o grande e poderoso Hélio ter uma filha tão estranha, tão sem semelhança com a divindade do Sol? Hélio é o mais poderoso entre os titãs e Perseis é uma ninfa de beleza inigualável, mas Circe não herdou nenhuma característica dos pais e eles se envergonham dela. Tão logo a menina nasce, Hélio e Perseis planejam outro filho, que seja o orgulho da família.  Então nascem Perses, Pasifae, mas seus irmãos passam seus dias atormentando Circe, dizendo o quanto ela é feia, o quanto a sua voz é horrorosa.

Circe cresce sozinha e isolada dos demais da casa de Hélio, ela é insegura, carente e está sempre entristecida pelo que falam dela. E as coisas começam a mudar quando nasce Aietes, seu irmão mais querido. O menino não tem com quem ficar e Circe se oferece para cuidar dele, ela o ama incondicionalmente, seria capaz de tudo para que ele fique seguro e seja feliz. Ele cresce e Circe o ama cada vez mais, seu único amigo, o único que a entende e não a julga por sua voz e aparência.  Mas o que Circe não sabe é que seu amado irmão é ardiloso e que ela não pode confiar cegamente nele.
Quando Aietes é enviado para ter seu próprio reino, Circe volta a ficar sozinha, então conhece um mortal e fica fascinada por tal criatura. Para deuses e titãs, os mortais são desprezíveis e só querem que eles sejam devotos e lhe ofereçam sacrifícios e orações, para Circe, mortais são curiosos e ela quer aprender com eles. Certo dia, Circe conhece um marinheiro chamado Glauco e seus dias de confinamento se aproximam. Circe fica tão triste que Glauco em breve morrerá e ela voltará a ficar sozinha por toda a eternidade que fez algo inusitado e responderá severamente por isso.

De repente, a estranha e renegada Circe parece intimidar a todos os deuses e titãs, e o próprio Zeus – ao descobrir seu feito – resolve puni-la banindo-a para uma ilha distante. Completamente apavorada, Circe não sabe o que fazer, mas não tem opção, só lhe resta aceitar seu destino. Ela é mandada para a ilha de Eana e ali precisará aprender a se defender, por mais que seja uma ilha isolada, porque vez ou outra aparecem navios perdidos e homens querendo abrigo. E quando bárbaros se deparam com mulheres solitárias eles só querem usar seus corpos até reduzi-las a nada.
Circe começa a aprimorar seu dom, explorando cada canto da ilha, aprendendo que combinações fazer, quais palavras usar para que seus feitiços possam dar certo, como transformar seus inimigos em monstros, como se defender daqueles que querem torturá-la... a Circe insegura logo dá lugar a uma nova, a deusa Circe, aquela que é impiedosa com os que lhe incomodam, que vive cercada por animais ferozes e transforma homens em  porcos, que faz criaturas abomináveis. Surge uma nova Circe, a feiticeira, bruxa, deusa. Sua fama vai longe e seus feitos percorrem os quatro cantos da Terra.

Muitos navios acabam se perdendo em Eana, Circe poderia lançar um feitiço que encobrisse a ilha, mas ela gosta da diversão de transformar os marinheiros em porcos e vê-los assustados. Em um desses navios, chega a tripulação de Odisseu (Ulisses), um mortal misterioso e extremamente inteligente, que sabe jogar com as palavras. Circe e Odisseu vão ter uma história ligação para a eternidade, mas começam algo arriscado que a própria deusa Atena quer impedir a todo custo. Ela começa a atacar com tudo e Circe precisa proteger seu bem mais precioso, ela coloca em prática todo o seu conhecimento, mas por que Atena quer tanto destruir esse pequeno tesouro de Circe? Ela descobrirá da pior maneira possível!
Minha impressão
A trama que Madeline Miller criou é fascinante, em seu livro, a autora traz a Circe da mitologia grega e reconta essa história acrescentando aspectos próprios, o resultado é uma ficção extremamente envolvente e viciante. Circe cresceu sendo rejeitada por todos, sua aparência diferente das beldades da casa de Hélio (divindade do Sol) fizeram com que a isolassem, ela cresceu sem sentir o amor dos pais, dos irmãos ou de qualquer amigo.

Como sempre ouviu que era esquisita e que sua voz era estranha, Circe sentia-se inferior e era muito insegura, tinha vergonha de sua aparência e até mesmo de falar. O que ela não sabia era que se tornaria uma deusa temida e que seria capaz de criar monstros apavorantes. Filha do grande Hélio, o mais poderoso entre os titãs, e uma linda ninfa, Circe não parecia ter herdado nenhuma característica dos pais, no entanto, seu verdadeiro poder se manifestaria de uma maneira diferente e deixaria até mesmo Zeus temendo o que ela seria capaz. Então, para controlá-la, Zeus bane Circe para uma ilha isolada. É na Ilha de Eana que Circe vai aprender a controlar seus poderes e descobrir o quão poderosa pode ser.

Eu estava muito curiosa com a leitura e achei o livro uma obra fascinante, apesar de ter um ritmo mais lento e com poucos diálogos. A autora nos mostra personagens conhecidos da mitologia grega interagindo uns com os outros e aparecendo em situações diferentes, fiquei surpresa em como a autora descreve a história de alguns desses personagens de maneira a criar algo novo ao mesmo tempo em que testifica os mitos.

Circe foi uma leitura que me agradou bastante e recomendo demais a leitura!


Minha nota para o livro

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