[Resenha] O Enigma do Quarto 622

12 de abril de 2021

 

Título: O Enigma do Quarto 622
Autor: Joël Dicker
Editora: Intrínseca
Páginas: 528
Ano: 2021
*Cortesia da editora

Sinopse: Numa noite de Dezembro, um cadáver jaz no chão do quarto 622 do Palace de Verbier, um luxuoso hotel nos Alpes suíços. A morte misteriosa ocorre em plena festa anual de um prestigiado banco suíço, nas vésperas da nomeação do seu presidente. A investigação policial nada conclui e a passagem do tempo leva a que o caso seja praticamente esquecido.

Quinze anos mais tarde, o escritor Joël Dicker hospeda-se nesse mesmo hotel para recuperar de um desgosto amoroso e para fazer o luto do seu estimado editor. Ao dar entrada no hotel para o que esperava ser uns dias de tranquilidade e inspiração, não imaginava que acabaria a investigar esse crime do passado.

Resenha
Há alguns anos houve um terrível assassinato no quarto 622 do luxuoso Palace de Verbier, um crime complexo que exigiu um grande esforço da polícia na época para tentar solucioná-lo, porém o caso nunca foi encerrado. Para recuperar a reputação do hotel e tentar afastar as lembranças das pessoas daquele fatídico dia, os responsáveis mudam o número do quarto para 621B, esperando que, assim, as pessoas não comentem mais sobre o quarto marcado por uma morte. E tudo funcionou por muitos anos, até que um escritor se hospeda no hotel e começa a fazer perguntas inconvenientes sobre o que teria acontecido para que não haja um quarto 622 no hotel.

Joël é um escritor que está passando por alguns conflitos pessoais, ele perdeu seu editor que era um grande amigo e levou um fora da sua vizinha, eles tiveram um relacionamento de alguns meses, mas que acabou fracassando e agora ele está com o coração partido, gostava mesmo dela. Então Joël resolve tirar alguns dias de férias, nada de livros, nada de histórias para escrever, só quer relaxar. Mas não é bem isso que acontece. Ao se hospedar no Palace de Verbier ele se envolveria em uma teia de segredos e traições que terminaram em um assassinato.
Joël acha muito estranho que logo após o quarto 621 o número na porta seja o 621B e em seguida o 623. O que aconteceu com o 622, ele pergunta? Mas os funcionários dão respostas vagas e nada convincentes. No quarto ao lado do seu, está Scarlett, uma mulher que possui um faro investigativo aguçado apesar de não ser da polícia. Ela gostaria de escrever um romance também, mas diz não saber como fazer, mesmo já tendo uma história pronta em sua cabeça, ela só não sabe como colocá-la no papel.

Depois de algum tempo de conversa, eles acham interessante a história do sumiço do número 622 e vão investigar, Scarlett tem mais sucesso, ela pergunta para os moradores da região e descobre sobre o assassinato. Scarlett se declara assistente do escritor e os dois fazem pesquisas minuciosas, dizem que é para um livro sobre o hotel e isso não deixa os envolvidos no crime nada felizes. Tudo aconteceu durante uma reunião anual do Banco Ebezner, um evento importante em que seria divulgado o nome do novo presidente. Toda aquela noite foi esquisita, os acontecimentos deixaram o dia e a noite com um ar sombrio e o crime que aconteceu poucas horas depois fechou tudo de uma maneira marcante.
Com a morte do pai, Abel Ebezner, quem deveria assumir a presidência era o seu filho Macaire, mas ele era um jovem irresponsável e essa não era a vontade do pai. O conselho faz uma votação e o nome que surge é de Lev Levovitch, um importante homem dentro do banco e amigo de Macaire. Lev não quer a presidência, diz que vai tentar argumentar e colocar Macaire como indicado. Só que as coisas vão muito além disso, o que motivou o assassinato teria começado dez anos antes, quando o avô de Macaire ainda estava vivo, quando Lev era apenas o filho de um funcionário do hotel e quando Anastacia ainda não era casada com o possível futuro herdeiro do banco.

Aqueles anos foram o começo de tudo, as coisas que aconteceram deixaram marcas em todos os envolvidos que só foram se intensificando com o tempo. Na reunião para anunciar o novo presidente um plano já vinha sendo desenvolvido para que as coisas saíssem sem erros, mas a grande mente por trás disso teve que lidar com imprevistos e agiu da melhor maneira possível. O que deu certo já que o caso nunca foi encerrado. Agora o escritor e sua “assistente” buscam desvendar os segredos do quarto 622 e tentam entender quem é o assassinato e qual motivação para o crime. A polícia da época não tinha todas as informações porque algumas deles só foram sendo reveladas com o tempo, as pessoas tinham medo de falar, mas tantos anos já se passaram. Será que eles vão chegar ao verdadeiro culpado ou serão enganados por essa pessoa como a polícia também foi?

Minha impressão

Meus amigos, que livro! O Enigma do Quarto 622 é um romance policial cheio de segredos, traições e conflitos que deixam o leitor ávido para descobrir quem foi assassinado no hotel e quem é o assassino. Uma obra com personagens complexos e uma trama que se divide em três tempos, o que faz com que fiquemos ainda mais ansiosos para chegar ao final e entender o que realmente aconteceu.

Um triângulo amoroso que pode ter sido o estopim para toda a confusão, mas ele não foi o único responsável por isso. Um serviço secreto que tem missões duvidosas, ciúmes que levam um homem a cometer loucuras, identidades falsas, ganância, luxúria, drama familiar... tudo isso em conjunto resulta no terrível assassinato no quarto 622. Após esse trágico episódio, o hotel muda o número da porta para 621B e isso desperta a curiosidade de um escritor que estava hospedado passando as suas férias.

Joël conhece Scarlett no hotel e eles tentam desvendar esse crime, agora há mais informações do que na época, eles conversam com pessoas que a polícia nem sequer havia imaginado (na época o foco era outro) e recebem detalhes que não foram ditos por medo ou porque as pessoas não acharam que fossem relevantes. Pouco a pouco eles se envolvem nos segredos do banco Ebezner, descobrem intimidades sobre Anastacia, as vontades de Macaire, as frustrações de Lev e as intrigas de Tarnogol.

Eu achei fascinante o autor intercalar os capítulos narrando três tempos: presente (a investigação do escritor); os meses que antecederam o crime (e os meses seguintes); e dez anos antes do assassinato, quando todos os personagens ainda estavam se conhecendo e as coisas começavam a se encaminhar.

Quem gosta de um bom livro policial, eu recomendo demais esse! Não é um livro que possui um ritmo eletrizante, mas os mistérios nos deixam instigados e é uma leitura fluída. Preciso dizer que o final e plot twist atrás de plot twist! Quando eu pensava que as revelações tinham acabado vinha mais uma bomba. Mas nada, NADA, se compara à última revelação, já nas três páginas finais, essa me pegou completamente desprevenida e fiquei chocada com a ousadia e genialidade do autor. 

Minha nota para o livro

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