[Resenha] O Poder

19 de abril de 2021

 

Título: O Poder
Autor: Naomi Alderman
Editora: Minotauro
Páginas: 368
Ano: 2019
*Cortesia da editora
Sinopse: O que você faria se tivesse o poder em suas mãos?
“Jogos vorazes encontra O conto da aia.” (COSMOPOLITAN)
Em um futuro próximo, as mulheres desenvolvem um estranho poder: elas se tornam capazes de eletrocutar outras pessoas, infligindo dores terríveis... até a morte. De repente, os homens se dão conta de que não estão mais no controle do mundo.
“Um olhar fascinante no que o mundo poderia ter se tornado se o sexismo dos últimos milênios tivesse tomado rumos diferentes. Engenhoso... merece ser lido por todas as mulheres (e, claro, por todos os homens).” (THE TIMES)
“O poder é uma leitura explosiva.” (FINANCIAL TIMES)
“Um romance envolvente, que nos obriga a encarar uma distopia que já existe... e que está entre nós há séculos.” (MICHAEL SCHAUB, NPR)

Resenha
“Deus está dizendo ao mundo que deve haver uma nova ordem. Que os velhos costumes estão superados. Que os séculos passados já não valem mais. Assim como Jesus disse ao povo de Israel que os desejos de Deus haviam mudado, a época dos Evangelhos terminou e é preciso que surja uma nova doutrina.”
Em um futuro muito distante, quem governa o mundo são as mulheres e todos os homens são apenas coadjuvantes nas histórias delas, não têm grandes cargos e estão sempre à sombra, nunca são os nomes de destaque. As mulheres governam com punho de ferro e ninguém se lembra de já ter existido algo diferente disso, nas escolas o que é ensinado é que as mulheres sempre estiveram no comando e que os homens não têm voz ativa, precisam de autorização para tudo.  Mas nem sempre foi assim e para que as coisas chegassem a tal ponto foi preciso um grande derramamento de sangue, uma grande guerra que pôs fim ao mundo como conhecemos.

Um escritor fez algumas descobertas arqueológicas datadas de mais de cinco mil anos que contestam todo o conhecimento das pessoas em relação à História. Porém, em seus outros livros ele não teve muito sucesso e as pessoas não gostaram da leitura, então ele resolveu escrever um romance para mesclar com suas descobertas e poder embasar a história que criou, mostrando às pessoas os fatos que comprovem que a sua história tem um fundo de verdade. E eis que ele conta como a religião surgiu, como as mulheres entraram no poder e como os homens foram saindo da liderança, mas não sem que houvesse guerras e muitas mortes para ambos os lados.
Tudo começou quando jovens adolescentes desenvolveram algo dentro de si, aparentemente esse poder estava adormecido dentro das mulheres por gerações e que, por algum motivo, resolveu se manifestar. O que seria dito depois é que a Deus, isso mesmo Ela, cansou da maldade humana, os homens estiveram no poder esse tempo todo e só destruíram tudo, chegou o momento de mostrar seu lado feminino à humanidade e se revelar como Ela, levantando mulheres e ensinando-as a tomar o controle.

Isso que estava dentro das mulheres se chama “trama”. Essa trama permite que as mulheres tenham uma corrente elétrica que provoca dor e pode matar caso queiram. As primeiras a desenvolverem esse poder foram as adolescentes que aprenderam a despertá-lo nas mulheres mais velhas. Todas as meninas nascidas desde então já teriam a “trama” e poderiam usá-las. Isso foi impactante para todos, tanto para os homens quanto para as próprias mulheres, muitas delas não queriam esse poder, mas outras viram uma oportunidade de se beneficiar com ele, e teve aquelas que resolveram subjugar os homens como eles vinham fazendo desde os primórdios dos tempos.
O mundo virou um caos, os homens não confiavam mais na mulheres e elas não confiavam mais neles. Em alguns lugares o extremismo tomou conta e os homens começaram a ser humilhados, tem-se relatos de estupros coletivos, eles são tratados como escravos e as mulheres desses lugares gostam de infringir dor a eles, fazer com esses monstros o que eles fizeram com elas. Enquanto isso, uma nova religião está se fortalecendo cada vez mais, ao redor do mundo mais e mais mulheres se juntam à Mãe Eva, que tem um passado obscuro e o mantém em segredo para não atrapalhar os planos dEla, da Voz que ela ouve em seu interior e que lhe dá a direção, lhe diz o que fazer e como fazer.

Três mulheres se tornam importantes para essa história, são elas Mãe Eva (seu verdadeiro nome é Allie), Roxy e Margot. Cada uma delas tem uma visão diferente sobre a “trama” e sobre o que deveria ser feito com esse poder. Mãe Eva se torna o rosto da revolução seus vídeos viralizam e as mulheres espalhadas pelo mundo querem se juntar a ela. Roxy é uma das mais poderosas, mas ela não concorda que se deva cortar os laços com os homens por completo, defende que se trabalharem juntos poderão fazer grandes coisas. E Margot quer uma cura, não gosta do que está acontecendo e de como as pessoas estão se comportando.
Minha impressão
Em O Poder, a autora nos entrega uma distopia onde vemos claramente que a ambição humana pode levar qualquer um à destruição. O que aconteceria se as mulheres assumissem a liderança e tivessem o poder de infringir dor aos homens, de controlá-los, torná-los frágeis, transformá-los em meros fantoches? A autora nos mostra que quem tem poder pode usá-lo tanto para o bem quanto para o mal, e que a melhor das causas pode ser corrompida.

As mulheres desenvolveram um poder que chamaram de “trama”, a “trama” lhe permite dar descargas elétricas, elas têm o poder nas palmas das mãos. Então, de repente, começaram a controlar as coisas, as que eram mantidas em cárcere, as que eram estupradas, as que eram agredidas, as que eram humilhadas... todas elas passaram a fazer o mesmo com os homens. A “trama” é poderosa, os homens têm medo e elas gostam de estar no poder, de controlar aqueles que durante anos as fizeram mal.

Allie se vingou e abandonou tudo para seguir os conselhos de uma Voz que ouve dentro de si desde que se entende por gente. Então ela começa uma nova religião na qual Deus mostra seu lado feminino para a humanidade e se torna a Mãe Eva. Roxy sofreu e também se vingou, então precisou fugir e foi procurar abrigo com Mãe Eva, que a acolhe e enxerga nela uma das mais poderosas, Roxy acha que se homens e mulheres unirem forças eles farão grandes avanços. Já Margot não quer nada disso, ela defende uma cura e não aceita que a sua filha usa a “trama”.

Eu achei a premissa desse livro fascinante e gostei da maneira como a autora nos traz mensagens tão impactantes, com críticas ao patriarcado, sexismo e fanatismo religioso. Alguns momentos são bem chocantes e a narração sendo feita por vários personagens pode deixar a leitura um pouco mais lenta, mas é um livro que recomendo. 


Minha nota para o livro

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