[Resenha] A Garota do Casaco Azul

20 de maio de 2019

Título: A Garota do Casaco Azul
Autor: Monica Hesse
Editora: Rocco Jovens Leitores
Páginas: 336
Ano: 2019
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*Cortesia da editora
Sinopse: Amsterdã, inverno de 1943. Hanneke Bakker não é mais a garota que era há dois anos e meio. Depois de perder seu namorado durante a invasão alemã à Holanda, a garota é transformada pela guerra. Trabalhando com contrabando como forma de sustentar a família e resistir do seu modo à ocupação nazista, Hanneke recebe diversos pedidos estranhos de clientes, mas nenhum deles tão amedrontador quanto o de encontrar uma garota judia que sumira de seu esconderijo sem explicação.
Com poucas pistas por onde começar, além do fato de a garota usar um casaco azul, Hanneke acaba sendo arrastada para o centro da resistência holandesa. Para encontrar Mirjam Roodveldt, Hanneke precisará colocar sua vida em risco, seus ideais à frente e deparar com a realidade brutal do nazismo.
Lindamente escrito, com uma pesquisa meticulosa e um enredo completo, A Garota do Casaco Azul é um romance extraordinário sobre coragem, sofrimento e amor em tempos impossíveis.
Resenha
Hannekke Bakker é uma jovem holandesa que tenta sobreviver à guerra. Quando a Alemanha invadiu a Holanda durante a Segunda Guerra Mundial a vida de todos mudou e Hannekke nunca mais foi a mesma. Obrigada a fazer coisas perigosas para sustentar a família, a jovem se vê envolvida em caso misterioso e ainda mais arriscado que tudo o que já havia feito, ela precisa encontrar uma menina judia desaparecida.
“Estou tentando encontrar uma garota que desapareceu de uma casa fechada. Cujo desaparecimento não pode ser reportado, porque, se a polícia a encontrasse, seria pior para ela do que se nunca a procurassem. As últimas pessoas que a viram antes de aparecer na casa da sra. Janssen estão mortas. E seus amigos, as únicas pessoas vivas que poderiam adivinhar aonde ela poderia ter ido, agora também sumiram.”
Como contrabandista Hannekke recebe muitos pedidos curiosos, mas nunca haviam lhe pedido para procurar pessoas. Uma de suas clientes não tem a quem pedir ajuda, então só pode contar com Hannekke. A sra. Janssen estava escondendo uma judia em sua casa, mas ela desapareceu e não deixou rastros, a casa não foi invadida e não teria como a menina ter fugido sem que a senhora tivesse visto, e quem iria querer fugir da segurança do seu esconderijo para enfrentar as ruas ocupadas por nazistas?
No começo Hannekke não quer se envolver e colocar em risco não só a si mesma, mas também a sua família, no entanto ela não para de pensar em Mirjam sozinha e com medo e acaba cedendo ao pedido da sra. Janssen e começa a investigar. É muito perigoso, não se pode confiar em ninguém, qualquer um poderia ser informante. Hannekke tenta levantar quaisquer informações sobre Mirjam e chega ao seu antigo colégio, lá conhece algumas pessoas que se tornarão importantes para ela e a mostrarão coisas das quais ninguém tem coragem de falar.

Um pequeno grupo de jovens que faz o que pode para ajudar as vítimas do nazismo, judeus estão desaparecendo em todo o país e as justificativas são completamente infundadas, enquanto a população não sabe a verdade (ou não quer enxergar) e vive às cegas em relação a isso esse pequeno grupo se arrisca para minimizar o sofrimento e salvar o máximo de vidas. Hannekke sabe que há algo errado e conhece a crueldade alemã, mas achava que os judeus eram deportados e levados a campos de trabalho. Quando se depara com a verdade ela fica chocada.
Enquanto procura por Mirjam a jovem holandesa abre cada vez mais os olhos para as atrocidades que estão sendo cometidas bem debaixo do nariz de todo mundo e quanto mais convive com o grupo mais ela se dá conta do quão omissa está sendo. Uma linda jovem loira de olhos claros que tem portas abertas para ela e poderia chegar a lugares com mais facilidade está se negando a ajudar e por outro lado essas pessoas não hesitam e colocam suas próprias vidas em risco.

Hannekke está em uma corrida contra o tempo, se os soldados alemães encontrarem Mirjam eles a levarão para o teatro Hollandsche Schouwburg e de lá a jovem só saíra para a morte.  O teatro é usado pelos nazistas como um centro de deportação e ali dentro a situação é deplorável. E quando se aproxima de descobrir o que aconteceu a Mirjam, Hannekke se depara com uma história completamente nova e percebe que há muito mais do que ela sabia, há segredos e traições e a verdade é bem diferente.
“Quando as coisas chegam ao fim de uma maneira que você não espera, de uma maneira que nunca poderia ter imaginado, elas realmente chegam ao fim? Isso significa que você deve continuar pesquisando, para obter respostas melhores, aquelas que mantêm você acordado à noite? Ou significa que é hora de ficar em paz?”
Minha impressão
Livros que retratem guerras sempre me interessam e quando vi A Garota do Casaco Azul eu quis muito ler, a obra tem uma premissa instigante e logo que comecei a leitura eu me vi completamente envolvida e não conseguia parar de pensar no livro, eu queria descobrir o que aconteceu com Mirjam e quanto mais o momento da descoberta se aproximava mais eu me afligia pensando no que poderia ter acontecido. 

Quando Hannekke recebe o pedido de encontrar Mirjam ela recusa em um primeiro momento, mas acaba aceitando e somente a partir daí é que ela se dá conta do que realmente está acontecendo com os judeus na Holanda. Ela trabalha como contrabandista e por causa de seu trabalho ilegal ela consegue sustentar a família, mas nunca procurou pessoas, ainda mais uma adolescente judia em meio à Segunda Guerra Mundial. É extremamente perigoso, porém pensar que uma menina de quinze anos pode estar sozinha e amedrontada a impulsiona e por mais arriscado que seja Hannekke sai em busca de Mirjam. 

Ela encontra um grupo de estudantes universitários que arriscam suas vidas para resgatar crianças judias. O teatro Hollandsche Schouwburg foi considerado pelos soldados nazistas como um teatro judeu e foi usado como um centro de deportação, lá dentro era um verdadeiro horror e os pais – desesperados – só queriam que seus bebês sobrevivessem, não importava em qual família. Em frente ao teatro havia uma creche os bebês dos judeus eram mantidos nela, esse grupo de jovens tentava salvar o maior número de crianças possível e tentava também minimizar o sofrimento das pessoas no teatro. 

Monica Hesse fez um trabalho de pesquisa impecável e construiu um enredo que mistura ficção com História. Hannekke é uma personagem que conheceu as dificuldades da guerra, mas o horror mesmo ela só enxerga quando se envolve na busca por Mirjam. Além dela há outros tão importantes para essa trama que eu não poderia deixar mencioná-los. Ollie, Judith, Willem e Mina, eles fazem parte da resistência e por mais que tenham medo de serem pegos não deixam de ajudar. 

Minha nota para o livro

11 comentários:

  1. Olá!
    Estou abismada que não conhecia essa obra, amo livros de guerra e quase todos que ouço falar já anoto o nome. Esse ainda não estava na minha lista de desejados, mas agora está. rsrs
    Livros de guerra sempre me deixam triste e com aperto no coração, mas amo lê-los pois aprendo sobre a História.
    Deve ser bastante aflitante procurar por uma judia no meio de uma guerra, imagino o quanto essa história seja desesperadora.
    Amei a resenha, e espero ler em breve.
    Beijos!

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  2. Achou muito interessante a premissa sendo sincera, mas confesso que não é algo que pelo menos no momento me chame a atenção para fazer a leitura, de qualquer forma eu não conhecia esse livro e achei ele tão interessante, quem sabe futuramente né?!

    Beijos

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  3. eu tinha visto a tag que você fez sobre o livro e fiquei muito ansiosa pela resenha e confesso que tô MUITO feliz em ler essa resenha, de verdade mesmo.
    Eu tava bem curiosa sobre esse livro, porque uma vez eu li um livro que tinha o mesmo pano de fundo, mas a pesquisa era péssima pra construir o enredo sabe, ai isso me fez parar de ler e ficar desanimada. Adorei seus comentários e saber que o livro é bem feito me deu até um quentinho no coração, espero ler em breve!! <3

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  4. Oi, Beatriz! Não conhecia a obra, mas parece ser daquelas intensas que fazem o coração bater acelerado e o estômago dar uma embrulhada, né? Pelo visto sim. Não é geralmente uma leitura que me agrada 100%, mas eu gostei da trama, vou correr atrás e ver se consigo ler em breve.
    bjos
    Lucy - Por essas páginas

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  5. Olá

    A capa é belíssima e acaba remetendo para algo bem mais inocente ou eu que acabei associando a outra obra haha
    Não sei resistir a qualquer livro que conte sobre os terrores e exponha de forma clara todo o mal que carregamos lado a lado do bem em nossos corações. É em obras assim que percebemos s enão praticamos a bondade diariamente,podemos nos tornar monstros sem limites.

    Beijos!

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  6. Eu nunca me vejo preparada pra esse tipo de enredo, acho o contexto todo triste demais e acabo evitando esse tipo de leitura, em todo caso, fico feliz que para você a experiência tenha sido tão agradável assim Bea!

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  7. Olá!
    Normalmente eu não leio livros com tema da segunda guerra por eles me deixarem meio.. "pra baixo". Eu fico me sentindo tão impotente perante as coisas, e ao mesmo tempo tão revoltada... enfim, são sentimentos conturbados, mas em algum momento eu sempre acabo lendo... Essa trama me deixou bem intrigada e curiosa, acho que em um momento de "coragem" eu pegaria pra ler, por isso, anotando. Ótima dicada, e resenha maravilhosa!
    Abraços

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  8. Olá!
    Meninaa. não conhecia esse livro e a sua resenha me deixou bem interessada e mega curiosa com essa menina investigadora. Adoro livros assim, mas não sou de ler livros que se passam na Guerra, fico beeem incomodada, mas quero conferir esse pois fiquei curiosa com essa história, e a personagem já me conquistou! Espero ler muuito em breve!

    beijos!

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  9. Olá!
    Acabei de adicionar esse livro a minha lista de desejados por causa da sua resenha. Adoro enredos que se passam durante a Segunda Guerra, pois uma das leituras que mais me marcaram foi O Diário de Anne Frank.
    Bjs, Tatiana Castro.
    gatitaecia.blogspot.com.br

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  10. Olá,
    Eu gosto de romances com dramas, ainda mais quando tem sentido todo o drama, o que é o caso aqui. Mesmo passando longe de livros que são durante a guerra eu me interessei por este.

    Debyh
    Eu Insisto

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  11. Olá, tudo bem? Adoro enredos que misturam ficção com realidade, principalmente no contexto das guerras, pois são histórias que de alguma forma me tocam. Não conhecia a obra, porém pela sua resenha e nota, acho que seria algo que me agradaria demasiadamente. Ótima resenha e fotos! Dica mais que anotada!
    Beijos,
    https://diariasleituras.blogspot.com

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