[Resenha] A Segunda Vida de Missy

 

Título: A Segunda Vida de Missy
Autor Beth Morrey
Editora: Intrínseca
Páginas: 304
Ano: 2021
*Cortesia da editora

Sinopse: Romance de estreia traz protagonista incomum em uma história divertida sobre segundas chances e as diferentes formas de amor
O mundo ao redor de Millicent Carmichael, também conhecida como Missy, de 79 anos, está diferente. Embora se apresse em dizer que considerava seu papel de dona de casa e mãe pouco satisfatório, a verdade é que Missy levou uma vida agitada cuidando de dois filhos e de um marido respeitado no mundo acadêmico. Agora que ele não está mais ao seu lado, que ela brigou com a filha e o filho se mudou para a Austrália, levando consigo seu amado neto, Missy passa os dias bebendo xerez, evitando as pessoas e vagando pela casa enorme e mal decorada esperando... o que exatamente?

A última coisa que Missy imagina é que um grupo de estranhos e uma cadela espirituosa chamada Bob vão entrar na sua vida, quebrando sua casca e mostrando quanto amor ela ainda tem para dar. Em pouco tempo, rodeada por uma comunidade alegre e diversa que encarna as várias formas de amar, Missy encontra uma nova razão para viver.

Um retrato emocionante e reflexivo sobre a vida adulta e o envelhecimento, A segunda vida de Missy é uma celebração de como os dias comuns podem ser extraordinários quando estamos cercados de pessoas queridas e do poder de perdoar a si mesmo, em qualquer idade.

Resenha

Millicente Carmichael, a Missy, é uma senhora de setenta e nove anos que vive uma vida completamente solitária. Além de não ter mais o marido e os filhos ao seu lado, Missy afasta toda e qualquer pessoa que tente se aproximar dela. Então passa os seus dias sozinha na imensa casa, totalmente sem rumo e tendo companhia apenas um copo ou dois de xerez. Não, ela não é uma idosa feliz. Mas o que fazer? Só lhe resta seguir adiante e, bem, esperar pelo fim, talvez?

Missy se casou jovem com um homem por quem se apaixonou perdidamente, os dois eram muito estudiosos, mas para que o casamento fosse feliz ela precisou se anular, deixar que apenas o seu marido tivesse uma carreira brilhante enquanto ela ficava empoeirando dentro de casa, atendendo às necessidades dos filhos e do marido, se colocando de lado para o bem de todos. Missy poderia ter tido uma carreira respeitada também, mas abriu mão disso para ter a dona de casa perfeita.

Seu filho Alistair se mudou com a esposa para a Austrália, levando consigo o único neto que Missy tem e agora ela não pode acompanhar o seu crescimento, o que a deixa muito infeliz. A filha Melanie já não fala com ela há anos e Missy não tem certeza de quem exatamente foi a culpa, na última vez que as duas se viram elas tiveram uma briga feia na qual ambas falaram coisas terríveis. Agora, sem marido, sem filhos, Missy não tem o que fazer. Ela não fazia ideia de que as coisas mudariam tão rapidamente, e tudo começou com uma cadela.

Angela é uma mãe solteira que mora em um apartamento minúsculo no mesmo bairro que Missy, elas se conheceram e Angela meio que invadiu da vida dela sem respeitar as barreiras que Missy impôs. Otis é realmente uma criança adorável e Missy não conseguiu resistir aos encantos dele, o que faz com que a mãe do menino enxergue a babá perfeita. Mas, além de ter uma mãe solteira na sua cola desesperada para se ver livre do filho por alguns minutos, ela vai acabar com uma cadela que não queria, mas acabou aceitando.

Angela tem uma amiga que precisou fugir do marido abusivo e não pode ficar com Bob (a cachorra), então Angela implora para que Missy fique com ela. Depois de muito relutar, Missy acaba aceitando e não poderia ter feito escolha melhor. No começo foi um pouco difícil se acostumar a uma nova rotina com pessoas entrando e saindo de sua casa, com uma cadela um pouco bagunceira e com muita energia e com um menino encantador. Mas pouco a pouco Missy vai permitindo que seus dias sejam ocupados por novidades e vai descobrindo que não precisa ser tão solitária.

Sua vida muda completamente e Missy começa a pensar no passado, não quer que as coisas estejam tão ruins com os filhos, porém não sabe como fazer diferente e se desculpar com eles. Só sabe que precisa tentar. Mas ainda há algo que Missy precisa fazer por si mesma, ela precisa se perdoar pelas escolhas do passado. Nunca é tarde demais para perdoar, para amar e, principalmente, nunca é tarde demais para se permitir viver!

Minha impressão

A Segunda Vida de Missy traz uma história emocionante e com mensagens lindas, é impossível terminar a leitura e não sentir o coração ficar quentinho. Embora seja uma leitura um pouco mais lenta, é um livro que nos envolve, somos fisgados pela Missy e queremos estar ao lado dela. As escolhas que fizemos no passado nos permitiram chegar até onde estamos hoje, contribuíram para que sejamos quem somos, quer tenham sido escolhas ruins ou boas, o que importa é que aprendemos com cada uma delas e é isso que Missy vai descobrir.

Aos setenta e nova anos, Missy não tem mais os filhos nem o marido ao seu lado e leva uma vida completamente solitária na casa enorme e mal decorada que tem. Só que as coisas começam a mudar quando ela conhece Angela e seu filho Otis, uma criança que a conquista imediatamente. Missy passa a ser babá de Otis por alguns dias e Angela invade seu espaço de maneira que elas se tornam amigas. E Angela tem uma amiga que não pode mais ficar com a cachorra Bob, então Missy acaba ficando com ela com a promessa de que será só por algum tempo, só até a dona verdadeira poder pegá-la novamente.

Os dias entediantes e solitários de Missy se acabam e começa a sua nova rotina, com pessoas entrando e saindo de sua casa, com uma cachorra que ganhou seu coração, com um menino que cheio de energia. Então Missy quer acertar as coisas, quer fazer as pazes com os filhos, não sabe por onde começar, mas precisa mudar e fazer parte da vida deles novamente enquanto ainda pode.

A Segunda Vida de Missy possui momentos de partir o coração, mas também é um livro cheio de momentos felizes e de grandes ensinamentos sobre a vida. Aprendemos muito com a Missy, sempre temos tempo par fazer aquilo que queremos, nunca é tarde para recomeçar, nunca é tarde para viver. 

Minha nota para o livro