[Resenha] A Corrente

11 de novembro de 2020

Título: A Corrente
Autor: Adrian McKinty
Editora: Record
Páginas: 378
Ano: 2019
*Acervo pessoal
Sinopse: Vítima.
Sobrevivente.
Sequestrador.
Criminoso.
Você vai se tornar cada um deles.
O dia começa como qualquer outro. Rachel Klein deixa no ponto de ônibus a filha de 13 anos, Kylie, e segue sua rotina. Mas o telefonema de um número desconhecido muda tudo. Do outro lado, uma voz de mulher avisa que Kylie está no banco de trás de seu carro, e que Rachel só verá a filha de novo se pagar um resgate ― e sequestrar outra criança.
Assim como Rachel, a mulher no telefone é mãe, também teve o filho sequestrado e, se Rachel não fizer exatamente o que ela manda, o menino morre, e Kylie também. Agora Rachel faz parte da Corrente, um esquema aterrorizante que transforma os pais das vítimas em criminosos ― e, ao mesmo tempo, deixa alguém muito rico.
A Corrente é implacável, apavorante e totalmente anônima. As regras são simples: entregar o valor exigido, escolher outra vítima e cometer um ato abominável do qual, apenas vinte e quatro horas antes, você se julgaria incapaz. Rachel é uma mulher comum, mas, nos dias que se seguem, será levada a extremos que ultrapassam todos os limites do aceitável. Ela será obrigada a fazer escolhas morais inconcebíveis e executar ordens terríveis. Os cérebros por trás da Corrente sabem que os pais farão qualquer coisa pelos filhos. Mas o que eles não sabem é que talvez tenham se deparado com uma oponente à altura. Rachel é inteligente, determinada e... uma sobrevivente.
Resenha
“―Você não é a primeira nem será a última. Você está na Corrente, um processo que existe há muito tempo. Eu sequestrei a sua filha pra que meu filho seja liberado. Ele foi sequestrado e está em poder de um homem e de uma mulher que eu não conheço. Você terá que escolher um alvo e sequestrar em ente querido dessa pessoa pra que a Corrente continue.”
Rachel luta contra um câncer de mama que estava em remissão por um longo período e que agora parece ter voltado com tudo, mas ela não terá tempo para cuidar de si mesma porque cada centímetro do seu corpo está focado em recuperar a sua filha... custe o que custar. Sua linda filha foi sequestrada por uma organização extremamente perigosa na qual as vítimas também se tornam as criminosas. Na Corrente, são as vítimas que fazem o trabalho sujo e continuam com o esquema.

Rachel se divorciou não faz muito tempo, mas mantêm um relacionamento saudável com o ex-marido, Rachel teve que se desdobrar em várias para conseguir dar conta de tudo, mas deu, agora ela terá o emprego como professora de filosofia que sempre quis. Sua filha vai sozinha para o colégio e foi no ponto de ônibus que o sequestro aconteceu. Um casal a colocou dentro de um carro, a vendou e a levou para o porão. Até chegar ao local do cativeiro, ouve um incidente que deixou Kyle muito assustada e disposta a cooperar com seus sequestradores para que tudo ocorresse bem. Só que ela também viu do que eles são capazes e não quer acabar morta.
Os sequestradores de Kyle foram pegos pela Corrente e precisaram fazer isso para recuperar o filho deles, então escolheram Rachel depois de estudar o perfil dela e acreditar que ela será capaz de sequestrar alguém e dar continuidade à Corrente. São duas etapas, Raches deverá depositar uma enorme quantia em dinheiro na conta (não rastreável e tudo feito pela dark web) dos responsáveis pela Corrente e depois sequestrar alguém, o ideal é que seja uma criança por ser vulnerável. Ninguém quer saber se Rachel tem ou não a quantia exigida, se for preciso, ela deverá cometer outro crime (além do sequestro) para conseguir o valor e se não pagar a sua filha morrerá. Rachel também precisa sequestrar uma criança dentro de um prazo apertado, se não fizer, sua filha morrerá.

Rachel não pode contar a ninguém e terá que driblar as perguntas sobre o desaparecimento da filha e se tentar contar para a policia ou o FBI ela e a filha morrerão. Ela pode escolher uma pessoa para ajudá-la com o sequestro, então vai pedir ajuda para o irmão do ex-marido que era fuzileiro, Pete sempre foi louco pela sobrinha e Rachel tem certeza que ele vai embarcar com ela de cabeça nessa, se pedisse ao pai de Kyle ele acabaria abrindo a boca e colocando a vida de todos em perigo. O que Rachel não sabe sobre Pete, é que ele tem um histórico preocupante e que é viciado em heroína e pode cometer alguns deslizes.
Rachel não quer sequestrar ninguém, como ela poderia fazer mal a alguma criança? Como pode ser a responsável pelo sofrimento de outra família? Como manter uma criança em cativeiro e deixá-la com medo? Ela não tem ideia de como vai fazer isso, mas sabe que vai fazer. Precisa fazer. Se não fizer, sua filha vai morrer. Pete ajuda Rachel a escolher a vítima, eles estudam a rotina da família e elaboram um plano, mas a Corrente acha que eles estão demorando muito e encurta o prazo, fazendo com que eles improvisem e acabem sequestrando uma menina com problemas de saúde.

Quando uma criança é sequestrada, a Corrente liberta outra e assim sucessivamente, vítima após vítima. Mas não é como Rachel esperava, para que a sua filha seja libertada é preciso que a família do menino que ela escolheu sequestre outra criança. Então ela precisará fazer uma pressão psicológica nessa família para que eles peguem logo outra criança e ela tenha a sua filha. E se essa família quiser que Rachel liberte sua filha eles precisarão pressionar a família da criança que sequestraram para que peguem outra criança e só assim Rachel poderá entregar a menina. Mas mesmo ao sair – se sair – da linha de frente da Corrente ninguém nunca estará livre por completo, A Corrente sempre poderá requisitar os serviços de alguém, seja para dar uma lição em uma família que está querendo contatar a polícia, seja para dar avisos ou ficar de olho em alguém. A Corrente não tem fim, nunca terá. Mas Rachel não quer viver a vida inteira com medo, ela quer agir.
"É isso que a Corrente faz com você. Ela te tortura e te obriga a torturar outras pessoas."
Minha impressão
Eu nunca mais vou esquecer esse livro! A Corrente é uma leitura angustiante, que apavora qualquer pai ou mãe. Eu passei o livro todo pensando no meu filho de sete anos, o que aconteceria se essa situação toda fosse comigo, com ele? É um livro que testa nossos nervos, um suspense muito, muito cruel. Quando eu precisava interromper a leitura eu só pensava nesse livro, queria voltar para ele o mais rápido possível.

A premissa é totalmente instigante, uma corrente terrível, apavorante... uma corrente de sequestros onde a vítima também se torna criminosa. Uma criança é sequestrada e a sua família precisa sequestrar outra para tê-la de volta. O esquema é simples: a criança 1 é sequestrada, a família dela precisa sequestrar outra criança; a criança 2 é sequestrada e para que a criança 1 seja libertada é necessário que tenha uma criança 3 e assim por diante. Uma criança assume o lugar da outra nessa lista até que seja liberada e outra entre em seu lugar. É assustador. As famílias não sabem nada de quem sequestrou seus filhos, mas precisa estudar a família da criança que vai sequestrar.

Eu gostei muito do livro e do desenvolvimento, os sequestradores são amadores e podem cometer erros não só por nunca terem feito antes, mas por estarem com medo de que seus filhos morram. Só achei que o autor não se aprofundou muito, com um enredo tão bom quanto esse ele poderia ter explorado mais as vertentes da Corrente, não ficou ruim, só senti falta de ver mais detalhes de coisas que poderiam ter dado errado ou mais informações sobre as famílias que deram errado, ficou meio corrido. Gostei da história que o autor criou para explicar como a Corrente teria começado, o que aconteceu anos atrás para que alguém tivesse criado esse esquema sujo.

Eu tinha visto alguns comentários dizendo que o livro não era isso tudo e havia ficado receosa com a leitura. Eu esperava mais? Sim, mas não me decepcionei em nada e tive uma ótima leitura. É um livro que recomendo bastante, ele te fará ficar com os nervos à flor da pele.

Minha nota para o livro


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