[Resenha] A Sétima Morte

12 de setembro de 2019

Título: A Sétima Morte
Autor: Paul Cleave
Editora: Fundamento
Páginas: 312
Ano: 2013
Adicione ao Skoob
*Cortesia da editora
Sinopse: Conheça Joe: um sujeito comum, de trinta e poucos anos, que passa seus dias dividido entre um emprego diurno em uma delegacia de polícia e atividades noturnas bastante peculiares. Visto por quase todos como apenas um faxineiro com uma deficiência mental, Joe parece ter total controle sobre a sua vida pacata: ninguém o incomoda, ele não perturba ninguém.

Como Joe vive isolado em seu mundo, ele é um dos poucos moradores da cidade de Christchurch que não está aterrorizado com a ameaça de um serial killer que já fez sete vítimas e está longe de ser pego. No entanto, por ser muito mais esperto do que prefere aparentar, Joe decidiu "ajudar a lei" e sair em busca do assassino, para que ele seja finalmente punido por seus crimes - talvez até por alguns que não tenha cometido.

Nessa caçada intensa e doentia, Joe vai mergulhar no submundo da cidade e descobrir que todos (inclusive ele) possuem segredos que jamais deveriam vir à tona. Mas o que importa de verdade é: o "carniceiro de Christchurch" continuará livre? Suas vítimas vão receber justiça ou o criminoso vai permanecer solto e invisível como um fantasma cruel e sanguinário?

A sétima morte - Uma viagem pela mente de um serial killer.
Resenha
Joe trabalha como faxineiro em uma delegacia de polícia, ele é muito querido e todos o vêem como um homem de bom coração e com uma deficiência mental que o torna ainda mais especial. Principalmente a Sally, que perdeu um irmão com a mesma deficiência e está disposta a fazer por Joe o que não conseguiu fazer por ele, por isso ela está sempre oferecendo favores a Joe, levando o seu almoço e lanches, conversando com ele. Ela só quer que Joe se sinta bem.

Na cidade de Christchurch está acontecendo uma série de assassinatos que vem aterrorizando a todos, principalmente as mulheres. As mulheres estão sendo mortas, mas antes de morrer elas sofrem muito, são torturadas, estupradas. Esse assassino está longe de ser pego pela polícia, ele não deixa vestígios, as mortes não têm ligação entre si a não ser o fato de que as vítimas são mulheres, mas uma é completamente diferente da outra.
Todos os dias, quando Joe chega à delegacia, ele vai à sala do responsável pela investigação e contempla o quadro com as informações e fotos das vítimas e vê em como a polícia está levando o caso. O detetive não o proíbe, Joe é tão inocente, mas também não permite que ele saiba demais sobre as mortes, seria muito para a sua cabecinha, é muita violência. Mas Joe sabe que a polícia não está chegando perto e decide ajudar do seu jeito.

Joe é mais inteligente do que aparenta ser, mas gosta que as pessoas o vejam como ingênuo. Ele sabe que uma das mortes atribuídas ao “Carniceiro de Christchurch” não é dele, alguns detalhes que a polícia deixou que passassem despercebidos ficaram evidentes para ele, o serial killer tem a sua marca e o seu modo de agir, mas uma das mortes é diferente. Alguém estuprou e matou a mulher e colocou isso na conta dele e Joe quer descobrir a verdade.
Enquanto faz o seu trabalho como faxineiro durante o dia, à noite Joe faz as suas próprias investigações e usa métodos nada convencionais para conseguir chegar aonde quer. Ele não desiste, segue cada uma das pistas e abre algumas linhas de investigação, mas ele sabe que é perigoso e tenta ser o mais cauteloso possível. Quanto mais avança em sua busca, mais ele descobre segredos que o deixam perplexo e enojado. O carniceiro é um homem doentio, ele tem uma visão distorcida sobre si, sobre as vítimas, sobre os crimes e o outro assassino parece alguém que matou pela oportunidade e resolveu jogar a culpa em outra pessoa. São diferentes, embora o desejo de matar seja algo que os une.

Para desvendar esse caso e dar um final digno às vítimas, Joe vai passar por situações terríveis e perigosas. Joe vai calcular seus movimentos e arquitetar um plano audacioso e que pode dar certo, mas é arriscado porque se alguma coisa sair do controle ele estará perdido.
Minha impressão
Esse é o segundo livro que eu leio do autor (o primeiro foi Herdeiro da Escuridão) e percebi algo marcante na escrita dele, a quantidade de detalhes. Em um primeiro momento, esse excesso torna a leitura cansativa, porém a trama é intrigante e me deixou bastante curiosa, então logo me acostumei.

Joe é um personagem extremamente complexo e cheio de segredos. Ele trabalha como faxineiro em uma delegacia e lá não mostra realmente a sua capacidade, embora todos acreditem que ele tenha alguma deficiência mental, Joe pode surpreendê-los com algumas atitudes e com as coisas que é capaz de fazer. Ele decidiu que vai ajudar a polícia, então começa a fazer uma investigação própria com os recursos que tem. É arriscado, mas Joe não quer ficar parando enquanto a polícia continua longe de solucionar o caso. E Joe foi o único que descobriu que a última morte não pertence ao “Carniceiro de Christchurch”, é algum imitador, alguém que matou e para se livrar da culpa a jogou em um serial killer famoso.

Eu achei muito interessante a maneira como o autor nos faz mergulhar nos pensamentos de um assassino, nós acompanhamos seus passos e vemos seus planos se formando. É angustiante ver que ele está solto por aí e ninguém sabe quem ele realmente é.

É uma leitura difícil em alguns momentos, ela contém cenas pesadas, tortura, estupro (não tão detalhado, apenas fica claro o que vai acontecer e os momentos antecedentes são narrados) e a sensação de impunidade é grande. E isso acontece muito na vida real, os verdadeiros criminosos estão mascarados, ninguém sai de casa e diz que é estuprador e assassino, muitas vezes são pessoas que jamais imaginaríamos ser capazes de cometer atos tão monstruosos.  Enfim, é uma leitura que eu recomendo!

Minha nota para o livro

5 comentários:

  1. Eu me senti bem angustiada com essa leitura, ainda mais por ver as coisas na perspectiva doentia do protagonista. Mas confesso que senti que a leitura estava arrastada <3

    Sai da Minha Lente

    ResponderExcluir
  2. Olá,
    Como leitora de thrillers acho que o que geralmente me incomoda em livros assim é aquela encheção de páginas sem sentido, isso realmente é uma coisa bem negativa pra mim. Nunca li nada do autor, e mesmo com as cenas pesadas parece ser bem interessante.

    Debyh
    Eu Insisto

    ResponderExcluir
  3. Não conhecia esse livro e nem o autor, mas confesso que gostei da premissa. É bacana que o autor conseguiu demonstrar tudo em pequenos detalhes e não deixou a leitura cansativa e, sim, despertou interesse.

    Gostei da sua resenha. ;D
    Beijos,
    Blog PS Amo Leitura

    ResponderExcluir
  4. Oi, tudo bem? Eu confesso que tenho lido pouco livros do gênero, mais adoro esse tipo de literatura, fiquei bem curiosa com suas impressões sobre a leitura e saber sobre os personagens me despertaram curiosidade ainda maior, beijos

    ResponderExcluir
  5. Tenho vontade de ler Herdeiro da Escuridão, Sétima morte, não conhecia, mas fiquei curiosa com a complexidade do personagem Joe, anotei aqui para ler.

    ResponderExcluir