[Resenha] Ruína e Ascensão

15 de agosto de 2021

 

Título: Ruína e Ascensão (Livro #03)
Autor: Leigh Bardugo
Editora: Minotauro
Páginas: 336
Ano: 2021
*Cortesia da editora
Sinopse: Não estou arruinada. Eu sou a ruína.
Após o seu embate com o Darkling, Alina Starkov se vê encurralada no subsolo, tentando recuperar as forças para salvar Ravka das garras de seu oponente.
Sob a proteção e a vigilância do Apparat, Alina atinge outro status agora não é somente a Conjuradora do Sol, mas sim uma Santa que carrega em seus ombros a esperança de fiéis que rezam por um futuro mais brilhante. No entanto, invocar a luz nunca foi tão difícil.
Com o futuro do país em suas mãos, Alina partirá em busca do terceiro amplificador de Morozova, o mitológico pássaro de fogo, com o objetivo de derrotar o Darkling e libertar Ravka de uma vez por todas.
Resenha
“E nossas vidas não tinham sido ligadas desde o início? Pela guerra. Pelo abandono. Talvez por algo mais Não podia ser fruto do acaso os fatos de nascermos em vilarejos vizinhos, sobrevivermos à guerra que tinha consumido nossas famílias, e ambos acabarmos em Keramzin.”
Alina Satarkov, de simples cartógrafa no exército a conjuradora mais importante de toda a Ravka. Se alguém lhe perguntasse se ela imaginava se tornar a única esperança do povo, a resposta certamente seria não. Uma órfã que cresceu em Keramzin, que ninguém a enxergava, que tinha um único amigo em todo o mundo. Uma menina por quem ninguém dava nada. E da noite para o dia Alina se tornou a Sankta  Alina, aquela por quem as pessoas estão dispostas a morrer, a quem fazem orações, a santa que pode salvar Ravka.

Maly tem uma trajetória parecida com a dela, os dois perderam suas famílias para guerra e foram levados para Keramzin, onde cresceram juntos e desenvolveram um forte laço de amizade. Ela sempre foi apaixonada por ele e o seguiria aonde quer que ele fosse. Entraram juntos para o exército. Maly como rastreador e Alina, cártografa. O destino dos dois sempre esteve ligado, mas não pelos motivos que imaginavam. Embora a amizade e o amor sejam essenciais para a relação dos dois, há algo mais. Há mistérios muito antigos, mais ainda que a Dobra das Sombras. Agora, finalmente poderão descobrir o que os uniu.
E assim como Maly, o Darkling tem uma ligação poderosíssima com Alina. Por mais que ela não queria, os dois têm algo em comum, sim, um poder que os une, que permite que possam sentir o que o outro sente e essa estranha conexão está afetando Alina muito mais do que ela gostaria. Após o último confronto com o Darkling, a Conjuradora do Sol sente as consequências desse embate, ainda consumida pela culpa e fugindo para se salvar, mas enfraquecida e precisando se recuperar o mais rapidamente possível porque seu oponente está cada vez mais forte.

A Sankta Alina desperta esperança no povo, mas as pessoas não têm permissão para vê-la. O Apparat fala em nome dela e está tratando Alina como uma prisioneira. Então, quando uma conspiração vem à tona, será preciso escolher um lado, escolher em quem confiar. Alina vai seguir seu coração e fazer aquilo que se espera de uma santa viva, vai lutar pelo seu povo. Será uma jornada cansativa e extremamente perigosa, mas ela é a única que pode enfrentar o Darkling e destruir de uma vez por todas a Dobra das Sombras.
Os Diários de Morozova fazem alusão a um terceiro amplificador, um possível pássaro de fogo que seria capaz de dar a Alina um poder jamais visto e jamais experimentado por nenhum outro grisha. E para vencer o Darkling ela precisa se tornar mais forte que ele, sua esperança é encontrar o pássaro de fogo. Para isso, ela conta com a ajuda de Maly e alguns de seus aliados. Um grupo que não está nem perto de ser páreo para Darkling e seu grande exército, mas um grupo disposto a ir até as últimas consequências para conseguir derrotá-lo.

Essa busca pelo terceiro amplificador vai trazer a Alina respostas para questionamentos antigos, vai revelar segredos que ela nem sequer imaginava que estavam escondidos e vai colocá-la frente à frente com escolhas terríveis. Para obter o poder do amplificador, Alina terá de pagar um preço alto, mas valerá a pena? E se chegar o momento exato e ela não tiver coragem? Quantas vidas mais precisarão ser destruídas para que essa guerra acabe? Uma santa não pode colocar seus próprios sentimentos à frente do povo. Mas Alina não é uma santa, é? Ela gosta de pensar que não. Ainda assim, vai ser necessário pesar as consequências de cada ato e escolher fazer aquilo que trará a salvação, ainda que seu coração seja despedaçado.
Minha impressão
Que livro é esse, minha gente? O último livro da trilogia Grishaverso nos traz cenas de fazer o coração quase saltar pela boca de tão tensas que elas são. Fora os momentos dolorosos que nos fazem querer desesperadamente que eles não tivessem acontecido. Um desfecho sensacional, não poderia ter sido melhor!

Se no volume anterior eu tinha achado o Maly um chato, nesse ele conseguiu me conquistar novamente. O Darkling me faz passar raiva mais uma vez e isso é ótimo porque mostra o sucesso da autora em construir um vilão completo, que é envolvente e odioso ao mesmo tempo. O Darkling é um personagem complexo e muito mais interessante que o Maly, confesso, mas isso não quer dizer que eu goste dele, pelo contrário, detesto esse vilão.

Nesse volume nós entendemos um pouco do que aconteceu com Morozova e sua família, descobrimos os segredos do passado do Darkling, somos surpreendidos com a verdadeira ligação de Alina e Maly, conhecemos detalhes da vida de Baghra, e muito mais! É uma leitura que mantém um ritmo eletrizante do começo ao fim.

E preciso falar sobre os pontos tristes desse livro, que não são poucos, aliás. A autora parece que gosta de brincar com o coração do leitor e é bomba atrás de bomba. Ela escreve maravilhosamente bem, detalhando os momentos importantes e fez com que eu me sentisse impotente enquanto lia, eu queria acreditar que não era aquilo, queria acreditar que era uma pegadinha dela, que as coisas seriam revertidas depois.

E o final? Eu adorei! Chegamos ao fim da saga com personagens cheios de cicatrizes e tentando se reconstruir, mas ninguém é perfeito e eles, certamente, também não são. Vou sentir falta dessa trilogia, gostei muito e recomendo! Quem ainda não leu, vale a pena dar uma chance! 


Minha nota para o livro

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