[Resenha] Maddaddão

3 de junho de 2019

Título: Maddaddão (Livro 03)
Autor: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Páginas: 448
Ano: 2019
Adicione ao Skoob
*Cortesia da editora
Sinopse: MaddAddão é o terceiro e último volume da série iniciada com Orix e Crake e adensada em O Ano do Dilúvio. Estruturalmente, o romance é similar aos anteriores, alternando entre um mundo pós-catástrofe e as circunstâncias que levaram as coisas àquele degringolamento. À luz de seu capítulo final, a trilogia de Margaret Atwood pode ser lida como um épico de devastação e possível reconstrução, quando, pelas vias mais tortuosas e traumáticas possíveis, os sobreviventes acabam por ensaiar uma conexão mais saudável uns com os outros e com o ambiente ao redor – ou o que restou dele.
Pode conter spoiler dos volumes anteriores, se ainda não leu pule para o final da página e veja "Minhas impressões" (área livre de spoiler).
Resenha
MaddAddão é o terceiro volume da trilogia e traz uma enredo distópico no qual a humanidade foi dizimada por uma peste e ainda há poucos remanescentes que precisam lutar para sobreviver em um mundo perigoso, seja pelas novas espécies de animais ameaçadores ou por homens violentos que torturam as vítimas e comem partes de seus corpos depois. Nesse novo mundo existe também uma nova raça humana, melhorada geneticamente por Crake.

Os Crakes são humanoides ingênuos e gentis, com a mente em expansão e capazes de aprender rapidamente, eles têm características completamente inusitadas e se adaptam a situações em que os humanos normais precisam de utensílios para conseguir sobreviver, como por exemplo: roupas para o frio, repelentes para insetos, proteína animal e algumas outras. A maior das diferenças está no acasalamento, quando partes do corpo se tornam azuis e os machos entendem que as fêmeas estão prontas para o acasalamento e fazem investidas.
Antes de a peste o mundo já estava um verdadeiro caos, a violência imperava entre as sociedades e o fanatismo religioso cegava as pessoas. Além disso, a tecnologia estava cada vez mais avançada e perigosa e quem tinha poder aquisitivo ditava as leis, a população pobre vivia às margens da sociedade e se resignava a obedecer. Agora, depois do Dilúvio Seco, Jimmy pensa ser o último homem vivo e está sozinho com os Crakes, que o chamam de Homem das Neves, eles acreditam que Jimmy é um profeta e que deve lhes contar histórias de Crake e Oryx e como eles foram criados.

Os Crakes desenvolveram uma espécie de religião própria que tem Crake como seu deus e Oryx como senhora dos animais, mas eles não sabem a verdadeira história que é sombria e sangrenta, Jimmy estava lá quando tudo aconteceu, mas não pode contar a eles a verdade, eles ficariam arrasados.Enquanto o Homem das Neves-Jimmy caminha com os Crakes de volta à cúpula do Projeto Paradice (onde tudo começou), Toby e Ren tentam resgatar a amiga Amanda que foi sequestrada por painballers (prisioneiros desumanos que massacram com suas vítimas). Jimmy não sabe da existência delas e vice-versa.
Quando eles se encontram Jimmy está muito doente e Toby o leva para um lugar seguro onde há mais pessoas vivendo em uma pequena comunidade, os crakes se recusam a deixar o Homem das neves-Jimmy e vão também. Todas as pessoas que estavam lá trabalhavam no Projeto Paradice (cada cientista em uma área diferente) e seguiam as ordens de Crake, é o primeiro contato delas com os humanoides e deles com pessoas, isso causa algumas confusões no começo, principalmente sobre o acasalamento.

Toby fica encarregada de cuidar dos crakes e eles a adotam como a nova profetisa, enquanto inventa histórias e tenta deixá-las o mais real possível para que eles consigam entender todo o grupo é ameaçado pelos painballers, para se defender o grupo precisará fazer uma aliança que ninguém jamais havia imaginado, mas quando se tem um inimigo em comum uma trégua é a solução.
Minha impressão
MaddAddão foi o meu primeiro contato com a escrita da Margaret Atwood e eu gostei muito da maneira como ela traz críticas sociais, a autora também explora a tecnologia e a genética em uma combinação perfeita e perigosa – e assustadora. O mundo que encontramos na série é amedrontador, uma peste acabou com a humanidade e as coisas que aconteceram antes dela tornam a quase extinção da raça humana algo a se questionar, a podridão estava impregnada no ser humano e atos repugnantes eram cometidos.

Esse é o terceiro livro e mesmo não tendo lido os anteriores eu não tive dificuldades, a autora faz um resumo bem detalhado dos dois primeiros livros e traz todas as informações importantes, assim além de relembrar os pontos para quem já leu ela ainda permite que quem não leu não tenha uma leitura prejudicada. Demorei poucas páginas até conseguir me familiarizar com as coisas e foi uma excelente experiência. Agora eu quero ler Oryx e Crake e O Ano do Dilúvio, mesmo sabendo como a trilogia termina, são livros que com certeza valem a pena.

Os crakers são seres interessantíssimos, foram melhorados geneticamente e trazem características bem diferentes, eles são inocentes e amigos fieis, possuem uma enorme capacidade de aprendizado e estão em processo de desenvolvimento, de modo que tudo o que aprendem tentam repassar aos outros e querem saber os mínimos detalhes, seja de uma palavra, sentimento, comida... qualquer coisa para eles é algo a se aprender.

Não vou falar muito sobre os personagens porque não sei até que ponto poderia comentar sem soltar algum spoiler, mas digo que gostei bastante principalmente da Toby, ela teve um passado complicado e se tornou uma mulher forte. Outro personagem que ganhou meu coração foi o Barba Negra, um crake ainda jovem e que podemos acompanhar o seu amadurecimento. 

Minha nota para o livro

6 comentários:

  1. Eu só li um livro dela, que foi O Conto da Aia e esse livro explodiu minha cabeça, tanto que eu não consegui digerir ele até hoje pra escrever algo sobre.
    Eu acho as capas dessa sequencia muito bonitas, tenho muita vontade de ler, mas tenho medo de ler e ficar igual eu fiquei com a Aia, que eu esqueci até meu nome quando acabei kkk
    Adorei a resenha! <3

    ResponderExcluir
  2. Olá, tudo bem? Nunca li nada da autora, nem conhecia essa série, mas pelo o que pude perceber, através da tua opinião, parece ser uma obra muito interessante. Adorei a tua resenha e dica!

    Beijos,
    Duas Livreiras

    ResponderExcluir
  3. Olá, tudo bem?
    Eu quero muito ler essa trilogia. O único livro que li da autora foi O conto da aia, que eu achei simplesmente fantástico. Então, quero muito conferir outros trabalhos dela. Pelo que eu vi, esse é um livro bem construído e envolvente. Além disso, me parece o tipo de leitura que leva o leitor a refletir, o que é sempre um ponto positivo.
    Adorei conferir sua resenha e fico feliz que tenha gostado. Mas, apesar de você ter entendido bem esse volume sem ter lido os anterior, vou optar por ler na ordem. Espero conseguir comprar a trilogia em breve.
    Beijos!

    ResponderExcluir
  4. Olá, tudo bem? Super interessada na trilogia. Não tive oportunidade de ler nada da autora, mas sempre ouço os elogios para a sua escrita, tanto nessa trilogia quanto no seu livro que virou série de TV. Mundo pós catástrofes sempre me chamam atenção, e aqui não foi diferente. Gostei da sua resenha e espero gostar das obras também.
    Beijos,
    https://diariasleituras.blogspot.com

    ResponderExcluir
  5. Já li algumas coisas dessa autora e apesar de achar a narrativa massante em alguns aspectos, o talento dela se sobressai, sem duvidas alguma, Margaret consegue fazer duras criticas à sociedade e nos colocar pra pensar de uma maneira sem igual. Adoro que a Rocco tenha publicado tantas obras dela.

    ResponderExcluir
  6. eu to amando essa trilogia, maddadão é o último que falta pra eu completar a trilogia, adoro a forma como atwood criou esse mundo distopico e adoro o foco na psique dos personagens, mesmo sendo uma leitura um pouco lenta.

    ResponderExcluir