[Resenha] Uma Mulher no Escuro

19 de junho de 2019

Título: Uma Mulher no Escuro
Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 256
Ano: 2019
Adicione ao Skoob
*Cortesia da editora
Sinopse: Um crime brutal cometido há vinte anos, uma única sobrevivente, o retorno calculado do assassino. Em quem Victoria deve confiar? Neste thriller psicológico, Raphael Montes une romance e suspense em uma narrativa intrincada e sedutora.
Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro.
Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar. Obrigada a enfrentar sua própria tragédia, Victoria embarca em uma jornada de amadurecimento e descoberta que a levará a zonas obscuras, mas também revelará as possibilidades do amor. Um psiquiatra, um amigo feito pela internet e um possível namorado — qual dos três homens está usando tudo o que sabe para aterrorizar a vida de Vic? E o que afinal ele quer com ela?
Na literatura nacional, Raphael Montes é unanimidade quando se trata de livros de suspense. Uma Mulher no Escuro traz sua primeira protagonista feminina e confirma o autor como um dos mais originais da atualidade — além de deixar o leitor intrigado do começo ao fim.
Resenha
Há vinte anos um crime brutal aconteceu e mudou para sempre a vida de Victoria Bravo. Ela tinha apenas quatro anos quando viu toda a família ser assassinada dentro da própria casa e o assassino pichou os rostos de todos de preto, ela também enfrentou a fúria dele, foi atacada e teve seu rosto pichado, mas por algum motivo o assassino não foi até o fim e a deixou viva. O responsável por esse massacre era um adolescente de dezessete anos, preso momentos depois. Ao completar a maioridade penal ele foi solto e ninguém nunca mais teve notícias dele.

Foi doloroso, foi cruel. Victoria não se recuperou, ela tenta viver um dia após o outro, mas é difícil. Victoria se tornou uma pessoa fechada e não permite a aproximação de outras pessoas, ela tem muitos traumas e se viciou em bebida alcoólica, mas vem se mantendo sóbria há bastante tempo. Vic faz tratamento com o doutor Max, um psiquiatra que é como um porto seguro para ele. Victoria só confia no Dr. Max e em sua tia Emília, que atualmente mora em uma casa de repouso.
Seguindo os conselhos do psiquiatra, Victoria fez amizade virtualmente com um rapaz e eles passaram a se encontrar pessoalmente, mas ela não quer nenhum vínculo, eles são amigos, mas não sabem nada da vida um do outro, ela tem medo de se apegar e a pessoa ser retirada da vida dela como aconteceu com a sua família. Arroz é um bom amigo, aceita as condições da amizade e a distrai, Vic gosta dos momentos que passa com ele, mas deixa bem claro que não quer nada além da amizade.

Victoria trabalha como garçonete em um café e há um escritor que todos os dias vai lá para escrever, um dia ele a convida para sair e ela aceita, foi um grande esforço se permitir ir, mas ela precisava tentar. O encontro foi ótimo e ela se sentiu à vontade com um estranho pela primeira vez. Georges a deixa tão envolvida com a conversa que ela sente liberdade para contar sobre a sua própria vida e revela o seu terrível passado. Vitoria pensa que vai assustá-lo ou afastá-lo, mas isso não acontece e ele mostra querer dar seu apoio.
“Às vezes, eu adoraria entrar na cabeça dela. Entender o que ela pensa, o que sente, como age. Então, alterar uma ou duas coisinhas para ficar tudo perfeito. Os outros dois me atrapalham, rodeiam a vida dela, oferecem ajuda e dão conselhos. Talvez seja hora de considerá-los peças do tabuleiro, usá-los a meu favor, e, caso ameacem demais, eliminá-los de vez. Continuo confiante de que tudo via dar certo. Não posso me irritar, não agora. Mesmo sem saber, ela está muito perto. Perto da verdade. Perto de mim.”
Quando as coisas finalmente parecem melhorar, tudo desmorona de uma vez e Vic tem de enfrentar o passado que está invadindo o seu presente. O assassino a encontrou. Depois de todos esses anos ele a encontrou. Um dia ela chega em casa e se depara com a parede de seu quarto pichada de preto: Vamos brincar? – ele escreveu. O que ele queria com ela, voltou para terminar trabalho?

A partir disto Victoria se vê em uma busca frenética pela verdade e se envolve em um jogo perigoso no qual o assassino dita as regras sem que ela perceba. Por que a sua família? Por que deixá-la viva? O que Victoria encontra é ainda mais monstruoso do que ela poderia imaginar. Repulsivo, sujo. Nada é o que parece e ninguém é, de fato, confiável. Ela esteve cercada por mentiras desde o começo e a verdade a machuca como nunca. Victoria corre ainda mais perigo e dessa vez o assassino não parece disposto a deixar que ela sobreviva.
Minha impressão
Que livro, minha gente, que livro! Raphael Montes brinca com o leitor, nos leva a acreditar, deixa-nos confiantes de que estamos certos, chega a dar detalhes que se encaixam perfeitamente nas teorias que criamos (e são muitas) e então vem e nos deixa sem ação diante da verdade. Uma Mulher no Escuro é uma leitura intensa e eletrizante, impossível de largar até chegar ao final e quando terminamos de ler, meus amigos, a gente não para de pensar no livro por um bom tempo. 

Já no prólogo temos uma cena forte, a cena na qual a família da Vic é assassinada e ela presencia tudo com apenas quatro anos. O assassino pichou de preto os corpos do pai dela, da mãe e do irmão, ele também foi para cima dela, a machucou, pichou seu rosto, mas a deixou viva – ela nunca entendeu o motivo. Vinte anos depois, ela ainda não se recuperou e tem muitos traumas. Agora o assassino voltou e ela, sem perceber, entra no jogo dele e faz exatamente o que ele quer. Victoria terá de voltar ao passado para descobrir todas as verdades e quando o fizer, estará correndo ainda mais perigo, as coisas que ela descobre são repugnantes e o assassino está à espreita, pronto para dar a cartada final no momento certo.

Eu desconfiei de um personagem desde o começo, mas aconteciam algumas coisas e eu pensava que outros dois poderiam ser o assassino, aí tudo mudava de novo e eu voltava para aquele personagem. Perto do final tem uma cena que me fez acreditar que eu realmente tinha acertado, foi uma cena bem forte, só que quando eu pensei que estava tudo bem e a Vic tinha finalmente vencido o assassino aconteceu outra revelação e eu fiquei completamente chocada. Fiquei horrorizada com o que estava acontecendo. Agora não posso falar mais porque seria um baita spoiler. 

Um thriller nacional que merece ser lido! Um dos melhores livros do gênero que eu já li e esse é meu gênero preferido! Recomendo a obra de olhos fechados. 

Minha nota para o livro

5 comentários:

  1. Oi, tudo bem? Ainda não consegui começar a ler thrillers, mas fiquei interessada neste. Conheço o Raphael de nome e de renome (rs), o que me faz ter muita curiosidade de lê-lo. Leria esse, pois fiquei curiosa. Ainda não tinha ouvido falar neste lançamento dele, fiquei feliz por sua dica :)

    Love, Nina.
    www.ninaeuma.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Sempre tive interesse em ler as obras desse autor, porém ainda não tive oportunidade. Quando vi esse livro já achei essa capa lindíssima, e mais ainda o brinde que veio com ele. A história pelo cheio e eletrizante, muito bem desenvolvida, e amarrada. Até porque prende o leitor desde as primeiras páginas com uma cena terrível, e no de decorrer da trama vamos nos embarcando juntamente com a personagem nessa busca pelo assassino que volta sem razão aparente. E claro que fiquei interessada na leitura, e não vejo a obra de ter essa obra em mãos.

    ResponderExcluir
  3. Olá! Tudo bem?

    Eu nunca li nada do autor, primeiro por não ser muito o gênero que estou acostumada, segundo porque acredito que um livro mais nessa pegada necessite de tempo disponíveis, o que no momento, nem tenho. Mas adorei sua resenha e vejo quanto que você gostou. Achei a cor capa linda demais!

    Beijos,
    Blog Diversamente

    ResponderExcluir
  4. essa premissa me remete a um livro que li da faro que tem uma cena de criança presenciando os pais sendo assassinados (o livro é: dançando na escuridão), eu adoro o rafael, a escrita criativa dele é um negócio de louco, ele tem o dom de prender o leitor e faz as melhore reviravoltas que já li e olha que sou a louca dos thrillers/terror kkkkk.

    ResponderExcluir
  5. Oi, Beatriz! Fiquei arrepiada com a trama, não sei se teria estômago pra ler... Mas quero ler mesmo assim! hahaha Já li um outro livro do autor e achei muito bom, ele realmente sabe conduzir uma boa história.
    Bjos
    Lucy - Por essas páginas

    ResponderExcluir