[Resenha] A Pequena Caixa de Gwendy

Título: A Pequena Caixa de Gwendy
Autores: Stephen King e Richard Chizmar
Editora: Suma
Páginas: 168
Ano: 2018
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*Cortesia da editora

Sinopse: A pequena cidade de Castle Rock testemunhou alguns eventos estranhos ao longo dos anos, mas existe uma história que nunca foi contada... até agora.
Viaje de volta a Castle Rock nesta história eletrizante de Stephen King, o mestre do terror, e Richard Chizmar, autor premiado de A Long December. O universo misterioso e assustador dessa pacata cidadezinha do Maine já foi cenário de outros clássicos de King, como Cujo e A zona morta, e deu origem à série de TV da Hulu.
Há três caminhos para subir até Castle View a partir da cidade de Castle Rock: pela rodovia 117, pela Estrada Pleasant e pela Escada Suicida. Em todos os dias do verão de 1974, Gwendy Peterson, de doze anos, vai pela escada, que fica presa por parafusos de ferro fortes (ainda que enferrujados pelo tempo) e sobe em ziguezague pela encosta do penhasco.
Certo dia, um estranho a chama do alto: “Ei, garota. Vem aqui um pouco. A gente precisa conversar, você e eu”. Em um banco na sombra, perto do caminho de cascalho que leva da escada até o Parque Recreativo de Castle View, há um homem de calça jeans preta, casaco preto e uma camisa branca desabotoada no alto. Na cabeça tem um chapeuzinho preto arrumado.
Vai chegar um dia em que Gwendy terá pesadelos com isso.

Resenha

Gwendy Peterson é uma garotinha de doze anos muito persistente. Por estar acima do peso, Gwendy vem sendo motivo de piada na escola, Frankie Stone colocou um apelido muito maldoso nela: Goodyear, uma referência ao dirigível. Então a jovem decide que vai fazer alguma coisa em relação ao seu peso e resolve subir diariamente a Escadaria Suicida, inclusive aos domingos. No começo foi mais difícil, ela se cansava rapidamente, mas em pouco tempo começou a perceber a diferença e quando chegava ao final estava menos esbaforida que antes.

E em um dia comum, como outro qualquer, tudo muda. Gwendy conhece Richard Farris. Durante a semana ela já o havia visto naquele mesmo banco todos os dias, mas até aquele momento o homem estranho jamais havia falado com ela. Ele está lá com o seu chapéu preto e com seu livro, mas agora ela a chama para sentar-se ao seu lado. Educada pelos pais, Gwendy sabe que não se deve falar com estranhos e se mostra relutante em deixar que ele se aproxime dela.

Richard Farris é bem persuasivo e consegue convencer a garota de que não representa o menor risco a ela. O homem é muito intrigante, ele diz que a está observando há um bom tempo e sabe muito sobre ela. Após algum tempo de conversa, Sr. Farris lhe oferece uma caixa de botões, Gwendy automaticamente  é atraída pela pequena caixa, como se aquela objeto sempre tivesse pertencido a ela, fica fascinada.

Sr. Farris diz que os botões são muito difíceis de apertar e isso é bom porque ela jamais ia querer apertar algum deles acidentalmente. Há um botão para cada continente na parte superior da caixa e nas laterais há alavancas. Ele ensina como usar as alavancas e algo extraordinário acontece com elas. A alavanca da esquerda libera um chocolate em formato de animal, um chocolate que é muito doce, mas que a deixa satisfeita, comendo um por dia ela não vai querer repetir a comida ou querer sobremesa. A alavanca da direita libera uma moeda valiosíssima, um dólar de prata Morgan.

O homem está com pressa, seu tempo ali está acabando, rapidamente lhe diz que o botão vermelho pode fazer o que ela quiser e o único que poderá ser usado mais de uma vez. Quando preto Sr. Farris é muito vago sobre isso, mas diz que ele “é tudo”. E tão inesperadamente quanto surgiu ele vai embora. Deixando Gwendy com a caixa em mãos e sem ter ideia do que fazer com ela. A única recomendação de Sr. Farris foi que ela não deixasse ninguém ver a caixa porque pessoas têm perguntas e Gwendy não teria as respostas.

Ela não sabe de fato o que aconteceria se apertasse algum dos botões, mas tem uma ideia e não quer estar certa a respeito dela, resiste ao ímpeto de apertá-los. Mas o vermelho não representa nenhum continente e embora possa ter consequências desastrosas ela o aperta... e se arrepende profundamente. Conforme os anos passam, Gwendy sente cada vez mais o peso de ter em mãos uma caixa como aquela. Os presentes que recebe da caixa compensariam toda a sua responsabilidade? Gwendy vai ter de lidar com isso.

“Segredos são um problema, talvez  o maior de todos. Pesam na mente e ocupam espaço no mundo.”

Minha impressão

A Pequena Caixa de Gwendy é uma obra fascinante e logo ao começarmos a leitura nos vemos presos a ela. A capa não poderia ser mais perfeita, além de estar linda ela mostra exatamente o que se esperar e reflete muito bem a tensão que nos segue enquanto lemos. 

Eu senti uma diferença deste livro para as demais obras de King, onde geralmente encontramos horror, cenas fortes, histórias pesadas; mas aqui é algo mais reflexivo e mesmo que fiquemos com a sensação de que algo muito ruim está prestes a acontecer (e realmente acontece) podemos notar que é uma história muito mais sobre fazeres escolhas ao longo da vida e saber lidar com as consequências dela. 

Conhecemos Gwendy com doze anos e acompanhamos sua trajetória até se tornar adulta, a caixa fez uma grande diferença na vida dela e o Sr. Farris estaria presente em seus pesadelos. Em alguns momentos ela quer muito apertar os botões para saber o que poderia acontecer, mas tem medo de acabar explodindo algum dos continentes, da única vez que apertou o botão vermelho algo terrível aconteceu. Há apenas outro momento no qual o botão vermelho se faz necessário e é algo que me deixou de queixo caído quando eu li. Stephen King e Richard Chizmar nos trouxeram uma história que nos faz querer ler até o final para desvendar os mistérios da caixa e saber o que vai acontecer com Gwendy.

É um livro que eu certamente recomendo a leitura! São capítulos curtos e a leitura é muito fluída, comecei a ler e quando me dei conta já estava na metade da leitura. É viciante. Leia, você não vai se arrepender. 

Minha nota para o livro