[Resenha] Bibliotecas no Mundo Antigo

Título: Bibliotecas no Mundo antigo
Autor: Lionel Casson
Editora: Vestígio
Páginas: 208
Ano: 2018
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*Cortesia da editora

Sinopse: Esta deliciosa obra conta a história das bibliotecas antigas desde suas origens, quando “livros” eram tábuas de cerâmica e a escrita, um fenômeno novo. O renomado estudioso clássico Lionel Casson nos conduz em uma animada viagem, partindo das bibliotecas reais do Antigo Oriente, passando pelas bibliotecas públicas e privadas da Grécia e de Roma, até as primeiras bibliotecas monásticas cristãs. Casson traça o desenvolvimento das construções, os sistemas, acervos e patronos das bibliotecas, considerando questões de uma ampla variedade de tópicos, como: quem contribuiu para o desenvolvimento das bibliotecas públicas, especialmente a grande Biblioteca de Alexandria? O que as bibliotecas antigas incluíam em seu acervo? Como bibliotecas antigas adquiriam livros? Qual era a natureza das publicações no mundo greco-romano? Como o cristianismo transformou a natureza dos acervos bibliotecários? Assim como uma biblioteca recompensa quem a explora com tesouros inesperados, este interessante livro oferece a seus leitores a história surpreendente da ascensão e do desenvolvimento de bibliotecas antigas – uma história fascinante que nunca foi contada antes.

Resenha

Bibliotecas no Mundo Antigo é uma obra fascinante e tão cheia de detalhes que leva o leitor em uma verdadeira viagem ao passado, ao nascimento da escrita, dos primeiros livros e bibliotecas. Podemos acompanhar como e por que se deu o processo de escrita e, em seguida, a criação dos livros e a necessidade de um espaço para guardá-los, assim como a catalogação ainda precária, porém bastante eficiente para a época.

"As primeiras tabuletas de argila são simples anotações de números de mercadorias - animais, potes, cestos etc. A escrita, ao que parece, começou como uma forma primitiva de contabilidade. Seu uso logo foi ampliado para documentar as inúmeras coisas e atos que estavam envolvidos na vida diária, desde os simples inventários de mercadorias até a burocracia governamental."

Por volta do século XIII a.C., foi preciso adicionar notas de identificação às tabuletas de argila quando estas eram catalogadas. Algumas tabuletas faziam parte de conjuntos e traziam no final do texto uma espécie de folha de rosto que temos nos livros atuais, chamadas colofão, onde se tinha informações como: o nome do escriba que copiou o texto; o lote da qual ela faz parte; o nome do autor; se a tabuleta foi transferida de um lugar para outro e inúmeras outras.

Na Grécia Antiga, os autores dos primeiros livros possuíam apenas um exemplar de suas obras e para transmitir seu conteúdo realizavam leituras, dessa maneira as pessoas podiam conhecer seus textos. Mais para frente, os próprios autores  passaram disponibilizar cópias para amigos e outras pessoas, que por sua vez podiam fazer outras cópias das que receberam.  Foi quando, no final do século V a.C., surgiram os vendedores de livros. *Vale ressaltar aqui que na época não havia direitos autorais ou algo semelhante.

Em meados do século IV a.C., o número de pessoas que liam por prazer e não por necessidade havia aumentado consideravelmente, obras sobre diversos assuntos estavam disponíveis e as pessoas passaram a colecioná-las. Então, nas primeiras décadas do século III a.C., foi criada a primeira biblioteca pública - em Alexandria - onde se tinha rolos de livros organizados de acordo com o seu conteúdo.

Os rolos recebiam etiquetas de identificação e eram empilhados em ordem alfabética, essa prática era apenas para a primeira letra, mas já facilitava muito na organização. Somente no segundo século d.C., ocorreu a alfabetização completa.

Durante a Idade Média temos o surgimento dos códices, que substituíram os rolos de papiro ou pergaminhos. A adaptação de rolos para códice foi um processo longo, os rolos continuaram a ser usados, mas o códice era dominante.

Minha impressão

Que obra encantadora! Assim que vi esse livro eu logo me interessei por ele, além de possuir uma premissa completamente atrativa, essa capa está maravilhosa e o título bem intrigante. Lionel Casson nos conduz, através de sua escrita, por caminhos de descobertas constantes nos quais podemos contemplar como os nossos amados livros e bibliotecas surgiram e como foram evoluindo com o passar do tempo. 

É muito curioso ver o resultado das contribuições das bibliotecas antigas nos dias atuais, as práticas foram se aprimorando, claro, e hoje temos a tecnologia a nosso dispor, mas entender como tudo começou é fascinante. 

Outro ponto que achei muito legal de ler foi o uso dos códices, as pessoas não estavam acostumadas a eles e demorou um longo período para que os rolos de pergaminho ou papiro deixassem de ser usados. Quando os códices apareceram, as pessoas tinham facilidade de para carregá-los e manuseá-los, uma vez que uma das mãos poderia ficar livre, enquanto nos rolos era preciso usar as duas mãos para poder ler. 

É uma leitura que eu recomendo! 

Minha nota para o livro