[Resenha] A Irmandade Perdida

24 de outubro de 2015

DE ANNE FORTIER

Título: A Irmandade Perdida
Autor: Anne Fortier
Editora: Arqueiro
Páginas: 528
Ano: 2015



Com uma escrita graciosa e requintada a autora Anne Fortier nos leva para aventuras perigosas, desvendar o mistérios das Amazonas se mostra a cada página mais arriscado e a professora Diana Morgan vai sentir na pele onde o seu fascínio pelas Amazonas a levará. Enquanto acompanhamos Diana e suas descobertas, voltamos há mais de três mil anos e podemos ver o desenrolar dos fatos que deram origem a lenda das mulheres guerreiras. Venha desvendar esses mistérios e apaixone-se por A Irmandade Perdida.


A renomada professora da Universidade de Oxford, Diana Morgan, é especialista em mitologia grega e fascinada pela história das Amazonas, no meio acadêmico a sua obsessão não é bem vista e chega a ser motivo de piada. Um dia ela recebe uma oferta irrecusável de uma instituição ainda não conhecida por ela, mas a proposta era decifrar um código que estava relacionado com as Amazonas, um templo havia sido descoberto e o mundo não tinha conhecimento disso, ela seria a primeira a provar que as Amazonas de fato existiram.
"Isso que está em suas mãos é um alfabeto amazônico ainda não decifrado, e entenda o seguinte: nós estamos dando à senhora a oportunidade de ser a primeira a tentar".
Diana viaja para o norte da África e começa a buscar por aquilo, que em seu interior, sempre soube existir: as mulheres guerreiras. Sua avó era tratada como louca e não dizia coisa com coisa, mas sempre que estavam sozinhas ela fazia questão de confidenciar a Diana, ainda uma criança, segredos e ensinamentos. Tempos depois, Diana entendeu que a sua avó na verdade a estava preparando. A avó alegou ser uma Amazona e precisou fugir, deixando a pequena Diana cheia de dúvidas, mas agora ela está bem perto de descobrir a verdade.


Enquanto Diana busca desvendar os segredos amazônicos nós somos levados há mais de três mil anos e podemos acompanhar, paralelamente, a história que teria dado origem a lenda. Após alguns tristes acontecimentos Mirina e sua irmã Lilli chegaram ao templo da Deusa da Lua. Mirina sempre foi uma guerreira e tentou entrar no templo sem autorização, isso gerou um punição que ela, com maestria, superou. A suma sacerdotisa logo as convidou para se juntarem à irmandade.

Mirina começou a treinar as novas irmãs para o combate, mulheres que só estavam acostumadas a louvar e cultuar a deusa da lua agora começavam a lutar. Uma noite o templo foi invadido por piratas gregos e as sacerdotisas foram estupradas, espancadas e sequestradas. Mirina foi deixada juntamente com algumas outras, mas a sua irmã fora levada. O templo foi destruído e Mirina instigou as sacerdotisas a irem em busca do navio para salvar suas irmãs. Assim, as mulheres atravessaram o Mediterrâneo e passaram por muitas dificuldades, mas nada do que passassem chegaria aos pés do que as mulheres sequestradas estariam passando. Alimentadas pelo desejo de resgatar as irmãs, elas seguiram e fizeram história.


Diana seguia a trilha deixada pelas sacerdotisas e contava com a ajuda do caderno de sua avó para decifrar o alfabeto, alegrou-se ao constatar que sua avó não era a louca que todos pensavam e que sempre falou a verdade. Ela também conta com a ajuda de Nick Barrán, um homem enigmático que vai até onde for possível para desvendar esse mito que, até conhecer Diana, ele nem sabia existir. Enquanto eles partem para novas aventuras a autora acrescenta muito conhecimento mitológico à trama. Encontramos muitas lendas da mitologia grega como a Medusa, Hércules, Minotauro, a Guerra de Troia, deuses gregos e outros. É uma delícia de ler e viajar por entre os mitos e tudo isso junto com o mistério das Amazonas.

Porém, quanto mais Diana e Nick se aproximam da verdade mais eles correm perigo, estão sendo perseguidos por saqueadores e contrabandistas, mas esses não são os únicos inimigos (não posso revelar, mas será uma surpresa!). Já próximo ao final do livro entendemos que Diana e Nick tem mais em comum do que eles próprios podiam imaginar, segredos serão revelados e a vida de ambos poderá mudar. 
"Nós somos as amazonas - repetiu ela com mais firmeza, enquanto os homens olhavam boquiabertos e incrédulos para a ave morta. - Somos as matadoras de animais e de homens. Somos selvagens e habitamos lugares igualmente selvagens. A liberdade corre em nosso sangue e a morte sussurra na ponta de nossas flechas. Nada tememos; é o medo que foge de nós. Quem tentar nos impedir sentirá nossa fúria."
Estou apaixonada pelo livro, a história é muito convidativa, os capítulos se intercalam entre passado e presente e isso nos deixa ainda mais curiosos para saber o que vai acontecer (ou o que aconteceu kkk), todo o mistério envolvendo as Amazonas vai se revelando conforme Diana avança nas investigações e descobre os rastros de Mirina e as sacerdotisas. Mesmo com tanta coisa acontecendo paralelamente, a autora ainda consegue inserir um romance magnífico no meio dessa trama, um romance que no final vai passar por uma prova de fogo e tanto! Acompanhar o sofrimento que Mirina e as irmãs viveram foi doloroso. Mergulhar de cabeça nessa história não era uma opção e sim uma necessidade. O livro tem quinhentas e vinte e oito páginas e quando ele termina a vontade é de que ele tivesse muito mais. Enfim, essa resenha já ficou enorme e eu aqui querendo falar mais! rsrs o que mais posso falar? leia o livro e desvende junto com Diana e Nick os caminhos percorridos por Mirina e suas irmãs.

Minha nota para o livro

Nota da Autora Anne Fortier 
"Espero que os leitores tenham consciência de que estou lidando com a tradição de forma lúdica e que este livro de forma nenhuma pode substituir trabalhos embasados de não ficção sobre o tema" ... " Embora os acontecimentos e personagens do livro certamente sejam, em grande parte, fictícios, tomei muito cuidado para garantir que o contexto histórico fosse o mais sólido possível"

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