[Resenha] Com que realidade essas camisolas acordam?

9 de janeiro de 2023

 

Título: Com que realidades essas camisolas acordam?
Autor: Raquel Marinho
Editora: Viseu
Páginas: 221
Ano: 2022
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Sinopse: Amanda é uma designer em busca de seus projetos de vida. Acredita-se empoderada, no entanto se vê discriminada em uma sociedade historicamente pautada por padrões masculinos de poder e dominação, vê-se no limbo entre a emoção e as obrigações cotidianas, como tantas outras mulheres desde os primórdios, instruídas a agir em conformidade com comportamentos preestabelecidos ao romperem com certos padrões e adentrarem o mercado de trabalho, ainda assim mantendo todas as obrigações sociais habituais. Em uma luta constante em busca dos seus sonhos, do autoconhecimento e da própria essência, Amanda enfrenta inúmeros desafios na vida pessoal, profissional, conjugal, familiar, filhos e amigos. Empoderamento, encarceramento ou subordinação? Um romance que descortina os desafios femininos na vida contemporânea.

Resenha
Amanda é uma mulher empoderada, excêntrica, cheia de atitude e que se joga de corpo e alma em seus projetos. Ela trabalha como designer e está ganhando cada vez mais espaço no seu ramo, conquistando novas oportunidades e vivendo seu melhor momento. Mas todo esse sucesso na vida profissional não acontece na vida pessoal e o casamento vai de mal a pior.

O marido de Amanda não a apoia, ele quer que ela fique em casa cuidando dos filhos ou que não se dedique tanto ao trabalho. Além de estar trabalhando em duas empresas, ela está fazendo um MBA e a sua rotina está uma verdadeira loucura. E o marido não aceita isso. Ela é a maior responsável pelas finanças da casa e o marido vê a sua masculinidade ser afetada por isso, criticando-a sempre que possível e gerando brigas cada vez mais intensas.
O filho de Amanda necessita de alguns cuidados especiais e constantemente precisa ir à emergência com crises assustadoras, os neuropediatras ainda estão investigando o que possa ser e muitos exames são feitos, e o marido de Amanda usa a condição do filho para atacá-la, dizendo que ela é egoísta por não estar o tempo todo em casa. Ela tem uma rede de apoio que a ajuda imensamente, a família dela ajuda em tudo o que é preciso e, com isso,  Amanda se sente confortável para investir em sua carreira.

E não é nada fácil uma mulher começar de baixo e ascender assim como ela, foi preciso muito trabalho, mas ela está, finalmente, colhendo os frutos. Amanda está acostumada com as coisas sempre acontecerem de forma difícil e não se deixa abater por qualquer coisa. Na nova empresa que está trabalhando ela tem uma inimiga que fará de tudo para prejudicá-la. A outra não consegue compreender que se trabalhassem jutas a empresa ganharia muito mais que com essa rivalidade boba.
São inúmeras intrigas no trabalho, mas Amanda é uma mulher sem papas na língua e fala aquilo que quer, ela se defende e mostra que não está de bobeira. Seu jeito ousado acaba lhe trazendo problemas algumas vezes, as pessoas não a entendem, só que ela não se intimida e sempre mostra a sua competência. No entanto, no mundo dos negócios, ser competente não é o bastante e ela vai aprender isso da pior maneira possível.

Mesmo tendo grandes conquistas profissionais, ela está ficando estressada e cansada, e chegar em casa e não ter o apoio do marido só piora as coisas. Ele despeja nela as suas frustrações e a culpa pelo seu fracasso. E Amanda tenta de todas as maneiras salvar esse casamento, mas isso não depende apenas dela, o marido precisa querer também. Entre uma rotina de trabalho exaustiva e um casamento beirando ao divórcio, Amanda vai fazendo o melhor que pode. Será o suficiente?
Minha impressão
Em “Com que realidades essas camisolas acordam?” a autora traz, mais uma vez, uma história muito rica em detalhes que fazem toda a diferença ao longo da leitura, nos conectando cada vez mais com a personagem, fazendo com que compreendamos suas atitudes e possamos sentir na pele os seus dilemas.

Amanda é uma mulher incrível, segura de si, bastante ousada, não tem medo de se arriscar, adora enfrentar novos desafios e é uma figura de presença marcante. Ela trabalha como designer e está vivendo um momento profissional muito positivo, alcançando novas conquistas e realizando alguns de seus sonhos. No entanto, sua vida pessoal não vai tão bem e seu casamento está por um fio.

Eu gostei de acompanhar Amanda através dos anos, a autora escreve de forma tão intensa que eu me sentia amiga da protagonista. Quantas vezes eu não quis dar o ombro para ela chorar, lhe oferecer uma palavra de conforto e dizer que iria ficar tudo bem? Por mais forte que seja, Amanda tem suas fraquezas e, como todos nós, tem momentos nos quais é preciso recuar um pouco para poder se reerguer depois. Ela passa por uma jornada de autoconhecimento e enfrenta muitas situações para descobrir seus limites e entender que um passo para trás nem sempre significa uma derrota, um passo para trás pode ser apenas para te impulsionar a saltar mais alto.

Foi doloroso ver que o marido dela não a apoiava em nenhum de seus sonhos e a criticava por querer o melhor. E isso é o retrato de uma sociedade machista onde o homem deve ser sempre o provedor do lar e a mulher deve cuidar dos filhos e da casa. E se a mulher trabalha, não pode ganhar mais que o homem e tem que se desdobrar em mil para fazer sozinha as obrigações domésticas após um dia exaustivo de trabalho.

Terminei a leitura feliz com o final dado à personagem, ela vai carregar para sempre as marcas que ganhou ao longo dos anos, mas também vai ter sempre os aprendizados que obteve com a experiência.

É um livro cheio de mensagens importantes e que eu recomendo demais a leitura!Em “Com que realidades essas camisolas acordam?” a autora traz, mais uma vez, uma história muito rica em detalhes que fazem toda a diferença ao longo da leitura, nos conectando cada vez mais com a personagem, fazendo com que compreendamos suas atitudes e possamos sentir na pele os seus dilemas.


Minha nota para o livro


Um comentário:

  1. Gostei da resenha. Parece ser um livro muito bom e interessante. Infelizmente hoje em dia muitos homens se acham superior à mulher e acham que podem a tratar assim. Mas fiquei feliz que no fim deu tudo certo para ela.

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