[Resenha] A Empregada

19 de agosto de 2024

Título: A Empregada (livro #01)
Autor: Freida McFadden
Editora: Arqueiro
Páginas: 304
Ano: 2023
*Acervo pessoal

Sinopse: Todos os dias, Millie limpa a casa de Nina e Andrew Winchester de cima a baixo. Pega a filha deles na escola. Prepara refeições deliciosas para a família toda antes de poder se recolher e enfim comer o próprio jantar, sozinha em seu quarto minúsculo e claustrofóbico no sótão.
Quando Nina passa a sujar todos os cômodos de propósito só para assisti-la limpar, Millie tenta não perder a cabeça. Quando ela conta mentiras perturbadoras sobre a própria filha e tortura psicologicamente o marido, que parece mais e mais fragilizado, Millie tenta ignorar. 
Afinal, com seu passado problemático, ela tem mais é que agradecer por ter conseguido esse emprego.
No entanto, ao olhar bem dentro dos lindos e doces olhos de Andrew e ver o sofrimento contido neles, Millie não consegue deixar de imaginar como seria ter a vida de Nina. O closet cheio de roupas, o carro elegante, o marido perfeito.
Logo os Winchesters vão descobrir que não fazem a menor ideia de quem Millie é de verdade. Nem do que ela é capaz de fazer...
Resenha
Com seu histórico, Millie sabe que conseguir um emprego decente vai ser muito difícil, então quando vai a uma entrevista na casa dos Winchester ela precisa fazer de tudo para transmitir a imagem de ser a empregada perfeita, precisa mostrar para Nina que seria indispensável. Inclusive, não quer que a mulher a enxergue como alguém atraente e por quem seu marido pudesse se interessar, para isso, Millie procura não realçar nada de sua beleza, pelo contrário, tenta escondê-la um pouco.

A jovem que está desesperada por um emprego está passando por uma situação difícil, após sair da cadeia – onde passou longos anos e foi abandonada pelos pais –, ela mal tem conseguido se sustentar. Foi demitida de seu último emprego e despejada, agora está morando no carro e comendo porcarias por semanas. Trabalhar para os Winchester é a sua esperança de um futuro digno. Ela sabe que Nina fará uma busca por seus antecedentes criminais, mas não pode deixar de sonhar com esse emprego.
Quando Nina liga para confirmar que a vaga é dela, Millie quase não acredita e fica ansiosa para começar. No dia da entrevista a casa estava impecável e ela achou que não teria tanto trabalho, no entanto, em seu primeiro dia de emprego a situação é completamente diferente. A casa está em um estado deplorável, o que teria acontecido ali em apenas uma semana? É quase impossível de alguém viver naquelas condições.

Mas Millie está agradecida pela oportunidade de ter um trabalho, de se sentir útil e por poder dormir e uma cama e não no banco de trás do seu carro. Seu quartinho de empregada fica no sótão, ele é minúsculo e parece ter servido apenas como um depósito, ela não se importa, desde que tenha um teto e uma cama para dormir, para ela está bom. E será remunerada, o que é o mais importante. O que Millie não imaginava é que viveria um pesadelo nas próximas semanas, pesadelo que parecerá interminável.
No instante em que pisa na casa, Millie percebe a diferença entre a Nina que a entrevistou e a Nina que passa a conviver com ela. A mulher parece completamente louca, em uma hora é amável e simpática, em outra, se torna histérica e reclama de qualquer besteira. Nina começa a sujar e bagunçar a casa deliberadamente, tortura Millie dizendo coisas e depois afirmando que nunca as disse, e quando Andrew, seu marido, surge, ela joga toda a culpa na empregada e se faz de vítima. Se não estivesse tão desesperada por esse emprego, Millie já teria ido embora, mas precisa muito dente.

Com o passar do tempo, a empregada percebe que o marido também não suporta mais a esposa e uma cumplicidade mútua surge ali, fazendo com que os desejos de Millie vagueiem por lugares obscuros. Ela não poderia ter um caso com o patrão, poderia? Por mais que odeie Nina, não acha isso certo. E resiste...  até que a ideia deixa de ser tão absurda assim.  Mas Nina tem sérios problemas psiquiátricos, já ficou internada, toma remédios pesados, já atentou contra a vida da filha, o que seria capaz de fazer caso Millie tivesse um caso com o marido dela? Mas a maior dúvida é o que a empregada seria capaz de fazer para se defender se precisasse? Afinal, por qual motivo ela foi presa mesmo?
Minha impressão
A Empregada é um suspense em que não se pode confiar em ninguém, todos os personagens parecem ser muito problemáticos e com o passar das páginas isso vai ficando cada vez mais evidente!

Eu comecei a ler um pouco dividida, não sabia se iria gostar ou não por já ter visto muitas críticas à trama, mas precisava ler e tirar minhas próprias conclusões. E foi a melhor coisa que eu fiz. Que livro bom! Desconfiei de todos, desde a empregada até a filha do casal, uma criança que parece a personificação da Anabelle, até mesmo se veste como a boneca e é tão maldosa quanto a própria.

O livro começa com uma cena muito tensa, mas não dá detalhes do que aconteceu, só sabemos que a polícia está na casa dos Winchester e que uma mulher corre o risco de ser presa, então voltamos para três meses antes e podemos acompanhar o desenvolvimento da história até chegar àquele momento.

Millie vai ficando cada vez mais magoada com Nina, que parece ter duas personalidades, uma muito amável e a outra um verdadeiro terror. Nina faz questão de humilhar a empregada sempre que pode, enquanto seu marido, Andrew é o oposto, ele acolhe Millie e logo surge uma cumplicidade entre eles. Algo extremamente perigoso, já que a esposa é totalmente desequilibrada e já esteve internada algumas vezes. Porém, Millie é alguém que sabe se defender e talvez Nina não saiba do que ela é capaz.

Eu adivinhei os segredos por trás da trama logo no começo, mas nem por isso perdi o interesse, gostei de ver como a autora conduziu tudo para as revelações e o final mesmo me pegou totalmente desprevenida. Confesso que finais nos quais somos confrontados com dilemas morais sempre me agradam muito e o que temos em A Empregada foi simplesmente excelente. Há duas situações que me deixaram totalmente satisfeita e eu não esperava nada sobre isso.

Estou curiosa com o segundo volume, embora pela sinopse ele pareça trazer o mesmo tipo de enredo desse primeiro livro, quero dar uma chance, talvez eu seja surpreendida e tenha uma boa leitura também. 

Minha nota para o livro

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