[Resenha] A Vida Invisível de Addie LaRue

6 de outubro de 2022

Título: A Vida Invisível de Addie LaRue
Autor: V. E. Schwab
Editora: Galera Record
Ano: 2021
Páginas: 504
*Cortesia  da editora
Sinopse: Uma vida que ninguém lembra. Um livro que ninguém esquece.
Em A vida invisível de Addie LaRue, o aguardado best-seller de V.E. Schwab, conheça Addie e se perca em sua vida invisível — porém memorável.
França: 1714. Addie LaRue não queria pertercer a ninguém ou a lugar nenhum. Em um momento de desespero, a jovem faz um pacto: a vida eterna, sob a condição de ser esquecida por quem a conhecer. Um piscar de olhos, e, como um sopro, Addie se vai. Uma virada de costas, e sua existência se dissipa na memória de todos.
Após tanto tempo vivendo uma existência deslumbrante, aproveitando a vida de todas as formas, fazendo uso de tantos artifícios quanto fosse possível e viajando pelo tempo e espaço, através dos séculos e continentes, da história e da arte, Addie entende seus limites e descobre — apesar de fadada ao esquecimento — até onde é capaz de ir para deixar sua marca no mundo.
Trezentos anos depois, em uma livraria, um acontecimento inesperado: Addie LaRue esbarra com um rapaz.Ele enuncia cinco palavras. Cinco palavras capazes de colocar a vida que conhecia abaixo:
Eu me lembro de você.
Uma jornada inspirada no mito faustiano sobre busca e perda, eternidade e finitude e, acima de tudo, uma questão: até onde se vai para alcançar a liberdade? Best-seller do The New York Times e recomendado pelo Entertainment Weekly, A vida invisível de Addie LaRue é um livro inesquecível e que colocou V.E. Schwab entre as principais autoras de fantasia da atualidade.

Resenha
Enganada. Manipulada. Esquecida! Addie LaRue cometeu o maior erro de sua vida, confiou em um estranho que lhe ofereceu ajuda no momento em que ela mais precisava, ela estava vulnerável e ele se aproveitou disso, aproveitou-se do desespero da jovem para arrancar-lhe seu bem mais precioso: sua alma. O estranho era um deus da noite, Adeline sabia que jamais deveria fazer preces aos deuses que atendem depois do anoitecer, mas, naquele momento de desespero, ela acreditava que não tinha alternativa.

O ano era 1714, a jovem Adeline havia se dividido entre os costumes cristãos de sua família e os pagãos de uma senhora a quem ela muito apreciava a companhia e que foi importante em sua vida. Addie aprendeu sobre os dois, mas eram os deuses pagãos que atendiam suas preces. Os costumes da época eram que as jovem se casassem cedo, mas Addie conseguiu driblar isso o máximo que pôde, com a ajuda dos deuses da floresta.
Nenhum pretendente lhe agradava e ela pedia aos deuses que os afastassem, então ela se livrava dos casamentos. Addie sempre gostou de desenhar, então pegava características que gostava nesses pretendentes e reunia em um personagem que visitava seus sonhos mais secretos e que foi sua companhia durante muitas noites.  Era apenas um rosto inventado por sua mente, não era? Impossível que o estranho existisse mesmo. Mas ela o sentia como se ele fosse real, suas conversas sobre outros lugares lindos, pessoas diferentes, comidas que ela jamais havia provado. Histórias que sua mente havia criado, ela pensava.

Até que chegou um momento crucial. Adeline foi obrigada a se casar, tentou de todas as formas se livrar desse casamento, mas fracassou. Então, no dia da cerimônia ela conseguiu fugir para a floresta, sua última tentativa de pedir aos deuses que a livrassem. A hora já havia se avançado muito, estava ficando tarde, seus pais correram atrás dela, chamavam seu nome, iriam carregá-la de volta e obrigá-la a entregar sua vida àquele terrível noivo. Desesperada, Addie não percebeu que enquanto fazia sua prece o sol estava se pondo, não se deu conta de que o único deus da floresta que lhe atenderia seria um do anoitecer. Quando concluiu seu pedido já era tarde, havia anoitecido.
E o mundo parou naquele momento. De repente, Addie não ouvia mais as vozes lhe chamando, só havia escuridão, angustia e desespero.  E o deus que apareceu à sua frente não tinha uma imagem tão ruim quanto ela imaginava, mas sabia que não podia confiar nele... e ainda assim ela confiou. O estranho a enganou com as palavras, ele era muito bom em jogar com os sentimentos e com as palavras e Addie caiu no joguinho dele. Deu a sua alma em troca de uma vida em liberdade, sem limite de tempo, sem restrições. Quando Addie se cansasse da sua vida, lhe entregaria a sua alma, levasse o tempo que fosse, o deus só teria a alma de Addie quando ela cansasse da vida.

Não demorou até que ela percebesse que havia sido enganada. As pessoas nunca mais se lembraram dela. Ao fechar de cada porta as lembranças de Addie eram perdidas e ela levou séculos aperfeiçoando suas habilidades. Os primeiros anos foram os mais difíceis, ela sofreu para aprender a conseguir dinheiro, comida, um lugar para passar a noite. Nunca podia ter nada, nunca podia ficar em um lugar por muito tempo porque era sempre vista como ladra, afinal, ninguém lembrava de ter dado permissão para ela entrar.
Ela passou séculos vagando como uma fantasma em meio à multidão, mas não cederia. O deus voltava para tentar-lhe com frequência, poderia acabar com o sofrimento dela, era só ela querer. Mas Addie nunca entregou sua alma, por mais solitária que sua vida fosse, ela não cansava. Até que, séculos depois, um jovem atendente em uma livraria se lembra dela. Addie fica assustada, tem medo de criar esperanças e se decepcionar novamente. Os dias se passam e ele se lembra dela, o rapaz lhe parece diferente das outras pessoas, mas se lembra dela e é tudo o que importa.

A vida de Addie tem um novo sentido, seus dias ficam mais alegres, mas ele é um mortal, não é? A vida do rapaz tem um prazo e o que acontecerá com Addie quando o tempo dele acabar? O rapaz também tem seus segredos e talvez Addie não goste do que vai descobrir.
Minha impressão
Eu tinha uma enorme curiosidade com esse livro, mas demorei meses até pegá-lo na estante para ler. E ao terminar, me pergunto “por que demorei tanto?” Que livro incrível, ele é tão intenso, que eu sinto como se Addie LaRue realmente tivesse existido. A história dela é linda e triste, e a vontade que eu tinha era de ajudar Addie!

Tudo começou quando ela fez uma prece a um deus da noite. Ela estava desesperada, não queria se casar e fugiu para a floresta no dia do casamento, pedindo que qualquer deus a livrasse daquele destino terrível, mas a noite já tinha chegado e o deus que a atendeu a enganou. Deu a liberdade para ela em troca de sua alma, mas tornou a sua existência o mais difícil que conseguiu para que ela se cansasse de viver. O que não aconteceu. Addie batalhou fortemente todos os dias durante séculos.

Foi doloroso ler os primeiros dias dela, quando foi obrigada a vender o corpo para conseguir se alimentar, quando sofria algum maltrato, quando era abusada. Ninguém se lembrava dela. As pessoas interagiam com Addie somente enquanto estavam em sua presença, mas ao cruzarem uma porta, a esqueciam.  Ela nunca pôde ter nada, um lugar para dormir tranquilamente, roupas, guardar alimentos... nada.  Mas aprendeu a viver assim. Só que quase 300 anos depois, um rapaz se lembra dela e a vida de Addie vira de cabeça para baixo mais uma vez.

Que angustia que me deu, eu não sabia se ele era confiável, não sabia quais armadilhas o deus da noite tinha preparado para Addie, mas me encantava com o relacionamento deles cada vez mais (e sempre desconfiando). E Addie fica maravilhada em finalmente poder deixar uma marca no mundo, embora, ainda que ninguém se lembrasse dela, ela foi deixando vestígios de sua existência misteriosa através dos anos.

Esse livro se tornou um dos meus favoritos e vai sempre ter um lugarzinho especial em meu coração. Recomendo demais a leitura.  


Minha nota para o livro

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