Sou leitora desde que nasci, meu pai sempre leu para mim, cresci em meio à leituras e nunca mais parei de ler. Em 36 anos como leitora eu já li muitos clássicos, mas nunca havia lido Frankenstein e finalmente tive a oportunidade, que gostoso ter uma experiência tão marcante e incrível como essa. Como é bom ler um livro que resgata a sensação de "é por isso que eu gosto tanto de ler".
Já conhecia a história? Claro, mas foi só após assistir à adaptação na Netflix que eu me interessei por ler o livro. Já sabia que são obras diferentes e que o filme é apenas uma inspiração, mas foi através dele que eu dei uma chance à leitura e conheci meu livro favorito.
Mary Shelley entrega uma história tão poderosa e com tantas camadas que é surpreendente ver a época em que foi escrita. E mais surpreendente ainda é perceber que precisamos muito colocar em prática as mensagens que o livro traz. Em minha humilde opinião, Frankenstein é tão atemporal quanto 1984 e traz questões de uma época cujos autores dos livros jamais imaginariam presenciar e há muito tempo não estão aqui para ver.
Uma criatura odiada, rechaçada, humilhada e excluída apenas por ser quem é, sem ter a oportunidade de mostrar suas virtudes, pois sua aparência desperta os mais terríveis sentimentos nas pessoas antes mesmo de a conhecerem. E mais, uma obra que mostra que nossas ações são responsáveis pelo mundo que estamos construindo. Se queremos colher o bem, precisamos plantar o bem.
Victor Frankenstein deu vida a uma criatura constituída de partes mortas, durante a criação não pensou que o resultado pudesse ser grotesco à primeira vista, mas ao ter êxito em seu trabalho ele odiou sua criação. Em vez de ensinar, ele o abandonou à própria sorte para aprender em um mundo que o repudiava. O monstro queria apenas uma demonstração de afeto e tudo o que recebeu foi ódio.
É um livro extremamente doloroso, mas uma história que tem muito a nos ensinar.















Nenhum comentário:
Postar um comentário