[Resenha] Carrie

 

Título: Carrie
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Páginas: 208
Ano: 2022 (Edição da coleção Biblioteca Stephen King)
*Cortesia da editora

Sinopse: O primeiro livro de Stephen King em edição especial com capa dura, nova tradução e conteúdo extra. Clássico moderno, Carrie conta a história da adolescente com poderes telecinéticos, do bullying que sofreu e de sua jornada violenta de vingança ― até hoje, a estreia revolucionária do mestre do terror é um dos romances mais inovadores e chocantes de todos os tempos.
Carrie White é uma adolescente tímida, solitária e oprimida pela mãe, cristã ferrenha que vê pecado em tudo. A rotina na escola não alivia o dia a dia em casa. Para os colegas e professores, ela é estranha, não se encaixa e, por consequência, é alvo constante de bullying.
O que ninguém sabe ainda é que, por trás da aparência frágil e indefesa, Carrie esconde um enorme poder: ela consegue mover objetos com a mente. Trancar portas. Derrubar velas. Dom ou maldição, isso mudará para sempre o destino das pessoas que algum dia lhe fizeram mal.

Resenha

Carrie White não tem o que se pode chamar de uma vida normal, oprimida pela mãe e excluída por todas as outras pessoas, a adolescente não conhece o carinho, amor, compaixão e se vê como uma pessoa frágil. Mas em breve Carrie vai descobrir muitas coisas sobre si mesma e entender que não é frágil quanto aparenta ser. Pelo contrário. Sua força é extraordinária.

Desde que nasceu, Carrie é vista como uma aberração e isso tanto pela mãe quanto pelas outras pessoas da pequena cidade de Chamberlain. A família dela sempre foi cristã fervorosa, embora o pai e a mãe tivessem visões diferentes sobre certo e errado. O pai de Carrie morreu antes de ela nascer, sobrando apenas a mãe para cuidar dela, no entanto, a mãe nunca ofereceu conforto à filha ou qualquer afeto. Criou-a como uma maldição, uma punição pelo pecado da fornicação.

Ao longo da infância, Carrie foi sendo moldada pela mãe que a afastava de qualquer coisa mundana da qual pudesse interferir em sua vida puritana. Carrie cresceu sem vaidades, não podia nem ter espelho em casa, sempre com roupas que cobrissem seu corpo para não despertar desejos, não podia ter travesseiro e qualquer sinal de desobediência era castigado. Foram inúmeras vezes que a menina foi trancada no armário minúsculo e fétido.

Na escola, a pobre garota foi alvo de bullying a vida inteira e as provocações, insultos, humilhações só pioraram com o passar dos anos. Na adolescência, tudo se intensificou e foi quando Carrie descobriu que pode fazer algo incrível, mas não sabe ao certo se é uma maldição. Sua mãe lhe disse tantas vezes que ela é uma aberração, uma filha do diabo, seria verdade? Ou seu poder é um dom para se defender de tantas maldades?

Após um trágico episódio em que foi, mais uma vez, humilhada pelas garotas da escola, Carrie percebe que pode mover objetos com a mente. Sem ter conhecimento sobre o que é telecinese, Carrie vai descobrindo aos poucos a extensão desse poder. Ela começa a treinar e entender o que pode fazer, como fazer, e o resultado é satisfatório. Até que chega o momento de colocar esse poder para fora e mostrar à cidade que a frágil e indefesa Carrie estava, enfim, se vingando.

É na noite do baile que tudo acontece e Chamberlain vai perecer. Ao sair de casa naquele dia, Carrie não imaginava que a noite terminaria de forma tão trágica. Ela só queria ir ao baile e, pela primeira vez na vida, se divertir um pouco. A mãe reprovou a sua atitude, claro, mas Carrie desobedeceu e foi. Não sabia que havia uma armadilha a esperando. Não sabia que mostraria a todos o quão forte pode ser. Não sabia como as coisas sairiam do controle e nem que adoraria isso.

Minha impressão

Como eu estava ansiosa para ler esse livro. Lembro que durante a minha adolescência eu assisti ao filme tantas vezes e era um dos meus preferidos, mas com o passar dos anos eu esqueci boa parte da história e só me lembrava da cena icônica do baile. Então a leitura foi uma surpresa para mim e o final, realmente, me pegou desprevenida. Eu não esperava que isso aconteceria, achei que teria um final totalmente diferente.

Quem não conhece a história de Carrie, ela é uma adolescente criada por uma mãe fanática por religião que a maltratava e a castigava o tempo todo. Tudo era visto como Pecado e Carrie era torturada por aquela que deveria amá-la. A mãe dizia que Carrie era uma aberração, a filha do diabo, e a menina cresceu sem ter qualquer afeto. Para as outras pessoas, ela era estranha e sofria bullying pesado na escola.

Só que a garota frágil e indefesa não era nada frágil e descobriu que tem o poder da telecinese, embora não soubesse o termo, sabia que podia mover os objetos com a mente e começou a treinar e desenvolver esse poder. E o que acontece quando alguém que sofreu e foi humilhada a vida toda descobre uma força excepcional? Ela não planejou se vingar. Ela não quis fazer mal a ninguém. Mas após a noite trágica do baile, foi uma consequência que tomou proporções inesperadas.

Acompanhamos a história de Carrie através de relatos em jornais, trechos de livros e depoimentos, mas também vemos em tempo real as coisas acontecendo e torcemos pelo bem da menina. O que aconteceu no baile foi terrível, me partiu o coração ver o que fizeram com ela e em como a transformaram no monstro que os jornais noticiaram. Ela sofreu, a cidade sofreu.

É um livro intenso, o horror daquela noite é descrito com maestria por King e a impressão que dá e a de que isso tudo realmente aconteceu. Stephen King é genial. E essa história incrível iria para o lixo, que bom que sua esposa a resgatou de lá e incentivou King a publicar.

Minha nota para o livro