[Resenha] O Menino na Ponte

24 de agosto de 2020

Título: O Menino na Ponte
Autor: M. R. Carey
Editora: Fábrica 231
Páginas: 384
Ano: 2020
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*Cortesia da editora
Sinopse: "Em O menino na ponte, M.R. Carey retoma o fascinante universo de A menina que tinha dons para investigar o desespero humano à beira de um mundo devastado. Aos 15 anos, Stephen Greaves é um gênio científico precoce, cujo trabalho pode dar à humanidade sua melhor arma contra uma praga devastadora que assola o mundo. Ele e a epidemiologista Samrina Khan são dois dos dez tripulantes do Rosalind Franklin, um laboratório blindado sobre rodas liderado por um comandante prepotente e autoritário, que cruza uma terra devastada em busca da cura para esse vírus que alterou para sempre a vida como conhecemos. A viagem é longa, e a restrição do espaço físico para toda a tripulação faz com que a tensão do confinamento seja também uma ameaça considerável. O veículo torna-se um caldeirão de diferentes agendas, crenças e visões de mundo prestes a explodir. Em meio a esse ambiente hostil, Stephen tem em Samrina uma figura maternal que o protege dos demais cientistas, que o tratam com cautela, desprezo ou verdadeiro ódio. Mas o menino não se importa com confrontos físicos, mentiras e incertezas; encara todos os seus desafios com interesse, astúcia e muita habilidade. Todos carregam aspirações e sonhos, mas sabem que, se tudo der errado, sua perda poderá ser suportada. Eles sabem muito bem que são dispensáveis. Estranho, surpreendente e assustador, O menino na ponte é uma história emocionante e poderosa que fará você questionar o que significa ser humano em um mundo onde a esperança pode ser o maior dos desafios. M.R. CAREY, sob o nome de Mike Carey, escreve para a Marvel e a DC, incluindo uma elogiada passagem pelos X-Men e a série Lúcifer, baseada no universo de Sandman. Seus trabalhos autorais aparecem com regularidade na lista de ficção gráfica do The New York Times."
Resenha
O mundo já não é mais o mesmo, tudo mudou e as pessoas sofrem com um mal que assolou todo o planeta, um vírus mortal que altera o código genético e torna o ser humano uma arma perigosa. O corpo humano não foi o hospedeiro inicial para o Cordyceps, ele começou como um parasita em insetos e de alguma maneira chegou ao organismo humano e resolveu se instalar nele, reprogramando o seu cérebro. O vírus transforma as pessoas em famintos. Qualquer traço de sua humanidade é perdido. A pessoa contaminada não tem controle das próprias ações, não tem consciência do que está fazendo, é movida pelo seu novo instinto: comer. Comer qualquer coisa que esteja viva, principalmente outras pessoas.

O Colapso aconteceu há dez anos, desde então o mundo vem tentando encontrar uma maneira de sobreviver. Uma pequena tripulação foi enviada para fazer coleta de amostras e alguns estudos, a intenção é encontrar algo que se possa trabalhar em uma cura. Uma vacina. Durante meses, nada aconteceu. Mas agora há uma nova informação, uma anomalia que está intrigando Stephen Greaves, um cientista precoce de apenas quinze anos. Ele não contou a mais ninguém, quer estudar sua descoberta, entender com o que está lidando e o que isso pode representar para o futuro da humanidade.
Stephen era muito novo quando o Colapso aconteceu e seus pais se transformaram em famintos, foi quando a doutora Samrina Khan o encontrou e o levou consigo, cuidando dele desde então. Stephen é um gênio, sempre mostrou sinais de sua capacidade intelectual elevada e a doutora Khan fez de tudo para estimulá-lo cada vez mais. Quando a missão surgiu e ela foi selecionada para a equipe, tratou de incluí-lo também. Mas a pequena cidade que estava em crise política não poderia perder grandes mentes caso a missão fosse um fracasso, então escolheu pessoas dispensáveis que poderiam ser facilmente substituídas.

A tripulação conta com uma equipe científica formada por cinco membros e uma equipe militar também formada com cinco membros. A missão foi planejada para levar muitos meses e a tripulação tem um laboratório móvel com equipamentos de ponta e blindado, dessa maneira eles podem fazer a maioria dos testes em campo mesmo e ainda garantir a segurança da equipe. Mas há muitos segredos que cercam esse grupo, começando pela formação do grupo e a saída do veículo da cidade. Tem uma jogada política em andamento e as marionetes do comando estão fazendo a sua parte no jogo.
Stephen não gosta de contato pessoal, não gosta que invadam o seu espaço e não gosta de interagir socialmente, é um grande esforço quando ele precisa falar com alguém que não seja a doutora Khan. Ele saiu escondido para estudar o comportamento dos famintos e o que descobriu o está deixando muito agitado. Se Stephen não entende algo ele trabalha naquilo até que possa ter dados científicos e não restar dúvidas. Mas a situação com a qual está lidando apresenta muitas perguntas para as quais ele ainda não encontrou respostas.

Aparentemente, existe um grupo de famintos fora do padrão. Os membros desse grupo têm todas as características de alguém infectado pelo Cordyceps, no entanto, eles também apresentam traços de humanidade que os famintos não têm, como: hierarquia social e comunicação própria. Stephen acredita que se desvendar essas criaturas que não são nem famintos nem humanos ele talvez possa encontrar uma cura. Ele começa a estudá-las. Até que algo dá muito errado e todos ficam em perigo, a missão foi comprometida e a equipe se divide entre abordar ou continuar.
Minha impressão
O Menino na Ponte possui uma premissa completamente interessante, assim que comecei a leitura eu me vi envolvida com a trama e intrigada pelo que iria acontecer. O que eu mais gostei nesse livro foi o fato de o autor ter inserido uma história para o começo do vírus e colocar um personagem que o explora cientificamente, mostrando como ele age no cérebro humano e levantando hipóteses para uma possível cura.

No livro os zumbis são chamados de famintos, eu sou fascinada por tramas com essas criaturas e quando vi que o enredo de O Menino na Ponte iria girar em torno delas eu me animai muito para ler. Eu ainda não tinha lido nenhum livro que explicasse o surgimento dos zumbis e gostei da vertente abordada pelo autor. Achei muito interessante uma equipe de cientistas e militares ter sido enviada para fazer pesquisas e tentar encontrar uma vacina. Mas o livro não foca nos famintos, embora eles sejam um dos temas, o ponto principal da trama é Stephen Greaves, um jovem cientista de quinze anos.

Ele é visto por todos como um esquisitão, porém é uma das mentes mais brilhantes dentro e fora dessa missão. A equipe tem dez membros e ele foi o único que se dispôs a estudar o comportamento dos famintos e em suas escapadas para fora do veículo ele encontrou um grupo de famintos que se assemelha a uma pessoa não infectada. Stephen se dedica a estudar essa anomalia e faz grandes descobertas, que podem servir tanto para o bem quanto para o mal. A doutora Khan é outra personagem importante nessa trama, é ela quem cuida do Stephen desde que ele era pequeno e seus pais forma infectados. Ela está escondendo um segredo que logo não poderá mais ser escondido e ainda não sabe como lidar com isso em meio a uma catástrofe mundial.

Foi uma leitura muito ágil, os capítulos são curtinhos e a trama é instigante. É uma obra que recomendo demais!

Minha nota para o livro



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