Entrevista com José M. S. Freite

Sobre a autor
José M. S. Freire nasceu em 1956, no Rio de Janeiro.  Sempre gostou da literatura de ficção científica. seu pai possuía muitos livros do gênero, principalmente dos autores Isaac Asimov e Arthur C. Clarke. E esse tipo de leitura influenciou suas escolhas acadêmicas, o autor é bacharel em ciências físicas pela Universidade Federal Fluminense, e pós-graduado em análise de sistemas pela PUC-RJ. Também chegou a fazer dois anos de mestrado em física nuclear. O estudo da mecânica quântica e da relatividade reforçou a sua crença na existência de mundos e universos paralelos.

Trabalhou como analista de sistemas até ser contratado pela Marinha do Brasil, onde está até hoje. Seu trabalho consiste em elaborar relatórios sobre a propagação do ruído irradiado pelos navios de guerra no ambiente marinho. Escrever extensos relatórios técnicos o inspirou a criar este livro. O autor se aposentará em breve e pretende continuar escrevendo sobre o tema.

1- José, seu livro "Tamara Jong: O chamado de Úlion" nos traz seres e universos totalmente diferentes. Como surgiu a ideia para essa história? E desde o começo você planejava uma série ou isso foi com o tempo?
A ideia surgiu enquanto eu assistia a um documentário sobre a possível presença de alienígenas na Terra. Isto foi em uma noite fria e chuvosa de junho de 2012. Os teóricos dos astronautas antigos sustentam que uma intervenção alienígena vem ocorrendo em nosso planeta há milhares de anos. Eles citam, como exemplo, entre tantos outros, os épicos indianos Mahabarata e Ramayana, que narram as guerras entre reis poderosos apoiados por deuses celestiais, que tomam partido de uns e de outros. No relato das batalhas são mencionadas armas terríveis, como raios mortais e projéteis que explodem em clarões tão brilhantes quanto o sol, muito semelhantes às armas de destruição em massa dos dias de hoje, especialmente as nucleares, além de descreverem carruagens voadoras muito parecidas com as modernas aeronaves de combate, ou, até mesmo, com os objetos voadores não identificados que têm sido avistados e descritos por milhares de pessoas em todo o mundo.
Pensando nisso, eu tive a ideia de, digamos assim, “ir à forra” dos ETs, criando uma história em que um terráqueo fosse “assessorar” povos de outros planetas. Assim, “nasceu” Tamara Jong, uma coreana praticante de taekwondo, valente e atrevida, que, devido a certas circunstâncias, vai parar em um mundo paralelo chamado Úlion. Seu simpático povo de cabelos vermelhos e olhos azuis pede ajuda a ela para tentar derrotar uma raça invasora, que tomou o poder no planeta há séculos e o mantém sob seu jugo tirânico.
A ideia de transformar a obra numa série surgiu enquanto eu escrevia o primeiro livro, pois eu logo vi que havia criado uma “saga” para, pelo menos, seis ou sete livros. E o que me impressiona é que o meu entusiasmo foi tão grande que, quando me dei conta, já havia escrito quatro livros, todos com mais de trezentas páginas. Atualmente, estou escrevendo o quinto, mas, paralelamente a isso, estou começando a publicá-los como e-book, pois achei que seria divertido ver o que as pessoas acham do meu trabalho. Talvez, se elas gostarem, isto me motive a ser mais produtivo e criativo.     

2- O que você acha que mudou em sua escrita desde que escreveu o primeiro livro da série até o volume no qual está trabalhando atualmente? 
Houve uma mudança fundamental. No entusiasmo de escrever o primeiro livro, eu me concentrei muito na criação do enredo e dos personagens e acabei me descuidando do estilo. Só quando o terminei e o reli com calma é que percebi que havia cometido muitos erros. Isto me motivou a escrever os outros com mais cuidado, prestando atenção para não ser repetitivo e detalhista demais, tornando a leitura mais leve e atraente.

3- Você pode nos adiantar um pouco do que podemos esperar nos próximos volumes da série?
Posso sim. Muita ação, tensão e emoção em cada um! Os personagens viajam para mundos longínquos cheios de magia, beleza e mistérios, habitados por seres fantásticos com os quais interagirão, vivendo aventuras inimagináveis que farão os leitores esquecerem da própria vida e se sentirem, cada qual do seu jeito, na pele deles. Mas eu gostaria de chamar a atenção dos futuros leitores para uma coisa que considero muito importante: as histórias também estão repletas de cenas tocantes de muita ternura, abnegação e nobreza de espírito. Aliás, quero aproveitar para dizer que eu gostaria de poder continuar contando com você para fazer a resenha de todos os livros em seu blog. Suas análises certamente darão uma ideia mais precisa do que os leitores podem esperar deles.
[Claro, José. Pode contar comigo, seu primeiro livro me agradou bastante e certamente os próximos volumes estarão ainda melhores, os leitores aqui do De Bem Com a Leitura também reagiram bem à obra e se interessaram pela leitura].

4- Para escrever você segue alguma rotina? Tem um horário específico ou escreve quando sente inspiração? Prefere escrever no silêncio ou o barulho ao seu redor não incomoda?
Bem, na verdade, eu costumo escrever mais na parte da manhã. À tarde, depois do almoço, me dá uma preguiça danada, ainda mais porque eu praticamente só escrevo nos finais de semana, pois o meu trabalho é mentalmente cansativo e, de segunda a sexta, quando eu chego a casa, não tenho disposição para pensar em nada. Eu gosto de escrever na paz e quietude do meu escritório, ouvindo, baixinho, mantras de relaxamento.

5- Você costuma reler o livro ao finalizá-lo? Se sim, reescreve cenas das quais tenha percebido que algo poderia ser melhorado?
Sim, faço isto várias vezes, até achar que ficou do melhor jeito possível. Até porque eu não consigo evitar erros de digitação, principalmente, por isso releio os livros até eliminar todos eles. Minha revisora é muito competente, mas não é infalível. Você deve saber de uma coisa melhor do que eu: antes de publicar qualquer obra, as grandes editoras a submetem, no mínimo, a dois ou três revisores diferentes. Isto é um luxo a que eu – ainda – não posso me dar.

6- E como leitor, o que você gosta de ler? Quais são seus autores preferidos?
Gosto muito de poesia, ficção, ensaios e romances. Meus autores preferidos são, em geral, aqueles que escreveram os grandes clássicos da literatura mundial: Homero, Dante Alighieri, William Shakespeare, Giovanni Boccaccio, Miguel de Cervantes, Machado de Assis, Charles Dickens e muitos outros. E também, os contemporâneos como Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos, José Saramago e Gabriel García Márquez, entre outros.

7- Como você vê o mercado literário nacional ultimamente? 
A minha visão é, obviamente, mais como leitor do que como autor. Acho, pessoalmente, que, com o advento do e-book, houve uma grande expansão na publicação de obras, pois as “editoras digitais” facilitaram a vida de autores iniciantes. Além de publicarem as obras sem qualquer custo, não há qualquer tipo de avaliação (salvo os critérios delas), que pode levar meses, ou anos, para disponibilizá-las em seus sites, como nas editoras tradicionais. Mas eu não sei se o mercado editorial brasileiro tem se beneficiado disto, como os de outros países, onde a demanda por novos títulos e novos autores é muito maior.


8- Seu novo livro já tem uma previsão para lançamento? Pode nos revelar o título?
Estou terminando a revisão do segundo livro da saga, “Tamara Jong: A Jornada da Morte” e espero disponibilizá-la em setembro, na Amazon e na Cultura.
Quero aproveitar o espaço para agradecer pela oportunidade de tornar meu trabalho conhecido neste maravilhoso blog e dizer aos leitores que, se quiserem se comunicar comigo, podem fazer isto pelo facebook, procurando por “José Maurilio”.

Tamara Jong: O Chamado de Úlion

Páginas: 237
Ano: 2017
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*Publieditorial

Sinopse: Universos paralelos, portais interdimensionais, viagens interestelares, mundos futuristas, guerras interplanetárias e tantas outras coisas que intrigam e fascinam a humanidade há longo tempo, mas que ainda permanecem como mistérios a serem revelados em um futuro longínquo, tornam-se, de repente, a mais pura realidade para uma jovem coreana. Tamara Jong, campeã de taekwondo e espadachim do estilo Hankumdo, após deixar a Coreia do Sul com a mãe, uma viúva que se estabelece como empresária no Rio de Janeiro, vê-se, inesperadamente, arrebatada para um mundo de outra dimensão. Tudo aconteceu porque a garota, que adquirira o hábito de treinar seus novos amigos nas artes marciais durante as manhãs de Sábado e Domingo, na Floresta da Tijuca, é confundida com uma poderosa guerreira. O povo do planeta Úlion, que fora dominado por uma raça invasora, vê em Tamara a sua chance de reconquistar a liberdade perdida. Um jovem revolucionário, chamado Zorach, pede a ela para ensinar seus companheiros a lutar, para que eles possam fazer frente aos terríveis inimigos. Sensibilizada com a situação dramática do simpático povo de cabelos vermelhos e olhos azuis, Tamara responde ao chamado para a luta, engajando-se, de corpo e alma, numa guerra cruel e sangrenta. Com sua coragem, determinação e a implacável espada nas mãos, ela logo se torna a mais temível e respeitada combatente das fileiras ulianas.

José, quero lhe agradecer pela entrevista! Você me deixou ainda mais curiosa para embarcar nas próximas aventuras de Tamara e seus amigos (humanos e ulianos!).

Aos leitores do blog, em breve teremos por aqui a resenha do segundo volume. Aguardem =D