Um jovem franciscano se encontra
A sós no abacial aposento,
Recitando num velho grimório
Por forças do inferno, o chamamento.
E quando a meia-noite ressoa,
Ele não consegue se deter,
E com lúridos lábios, o poder.
"Vós, espectros! trazei-me da tumba
O corpo da mais linda donzela,
Avivai-a para mim, nesta noite,
Pois transcender-me, anseio com ela."
O atro rogo evocatório, el'finda,,
Cumpre-se o que quer seu imaginário,
Vem mísera beldade defunta,
Envolvida num alvo sudário.
Seu olhar é triste. No álgido busto,
Um penoso suspiro resvala.
A morte se impõe petante o monge,
Fitam-se ambos, mas cada um se cala.
(Poema completo)
Trecho de O Sonho
"Eu caminhei, e dela me aproximei
'Oh, responde para mim', supliquei,
'Tu maravilhosa, serena dama,
Para quem é tal branquíssima trama?'
E logo disse: 'Em breve pronta aqui
Tua mortalha, esta, a qual lavo a ti'
E mal ela os dizeres concluiu,
Toda a cena, qual 'spuma, se esvaiu"
O coração daquela se volta?
Sobre isso, não há pensar ideal-
Decidirás pelo gládio à solta!
Lutam, insolentemente audazes.
Golpes e mais golpes se desferem.
Cuidado, combatentes vorazes,
Visões más, à noite, espreitar querem.
Que horror! Que horror! Irmãos carniceiros!
Que horror! Que horror! Serra ensanguentada!
Se abatem aqueles dois guerreiros,
Um ao outro, através do aço da espada."
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