Título: Britt-Marie Esteve Aqui
Autor: Fredrik Backman
Editora: Fábrica 231
Páginas: 304
Ano: 2019
Adicione ao Skoob
*Cortesia da editora
Britt-Marie (não Britt, só quem a chamava assim era a sua irmã) foi criada para ser uma excelente mãe, esposa e dona de casa. Não foi criada para estudar ou trabalhar, nem para ter opiniões. A mulher deveria fazer aquilo que o marido mandasse que fizesse e pronto. Para Britt-Marie isso nunca foi problema, ela gostava de se sentir útil. Até que tudo mudou. Ela descobriu que o marido a traía e largou tudo. Foi atrás da própria vida.
Britt-Marie tem mais de sessenta anos e não podia se dar ao luxo de ficar chorando as mágoas sem antes encontrar um emprego, precisava de dinheiro para se manter. Seu marido é um homem rico, dono de empresa, mas ela não quer mais nada dele e agora tem que correr atrás de trabalho. Ela vai à agência de emprego e a atendente – com certa dificuldade – diz que não há vagas com o perfil de Britt-Marie. Pobre jovem, mal sabia ela o quão insistente aquela senhora poderia ser.
Britt-Marie simplesmente não aceita a falta de vagas, volta a cada dia, liga o tempo todo, não desiste até que a mulher da agência lhe dê um emprego! Ela teria que se mudar e o salário nem era lá essas coisas, mas para Britt-Marie era o suficiente, ela ganharia algum dinheiro, teria onde morar e seria útil novamente. Mas, acima de tudo, se ela morresse de repente, alguém daria falta.
Britt-Marie tem medo de morrer e não ser encontrada, ficar apodrecendo sem que alguém note. Quando se muda para a pequena cidade de Borg ela sabe que se morrer alguém vai perceber e para ela isso basta. Borg é uma cidade muito pequena que foi atingida pela crise financeira e com pouco comércio. Britt-Marie foi contratada para cuidar do centro recreativo que estava jogado às moscas. Após alguns dias, Britt-Marie já está familiarizada com a localidade e as pessoas acostumadas ao jeito dela. Todos se entenderam. E então Britt-Marie recebe um pedido inesperado, ser a técnica do time de futebol. Ela não entende nada de futebol, mas as crianças precisam de um adulto e ela aceita.
Quando se mudou para Borg, Britt-Marie não sabia como as coisas iriam mudar para ela, estava apenas fugindo de um passado e tentando viver o presente sem pensar em como seria o seu futuro, mas aquela cidade mexeu com ela, assim como ela mexeu com a cidade. Britt-Marie deixou uma marca em Borg para sempre e Borg deixou marcas nela. É nessa cidade que Britt-Marie aprende valiosas lições, aprende que os tempos mudaram e que ela consegue se adaptar a eles. E é em Borg que ela aprende o valor de verdadeiras amizades, por mais improváveis que possam parecer.
Britt-Marie é a própria definição de organização, com uma lista para tudo, ela procura sempre seguir o planejamento. Quando se muda para Borg ela percebe que nem sempre uma lista pode ser a solução para os seus problemas e que uma gaveta de talheres desarrumada não é o fim do mundo (embora diga muito sobre quem a arruma). Britt-Marie passou anos de sua vida se dedicando exclusivamente ao marido e aos filhos dele, ela se anulou completamente para que seu marido pudesse alcançar os seus sonhos enquanto ela cuidava da casa e dos filhos dele. Britt-Marie era feliz assim, foi criada para fazer exatamente isso e não via problema algum. Até que descobriu uma traição e deu um basta. Largou a casa e foi em busca de viver seus sonhos. Sua vida.
Mudar dá medo. Fazer algo novo nos deixa apreensivos, temerosos. A incerteza do que pode acontecer nos assusta. Mas Britt-Marie não deixa que seus medos a atrapalhem, ela faz. É uma mulher corajosa, audaciosa, talvez um pouco incompreendida, mas tem um coração enorme. Quem a vê pela primeira vez pode pensar que é uma velha rabugenta que não gosta de nada novo, mas não é bem assim, ao conhecê-la melhor todos percebem o quanto ela gosta de ajudar o próximo e tudo o que ela quer é ser útil.
Britt-Marie Esteve Aqui foi um livro que me deixou emocionada em muitos momentos, me divertiu em outros e deixou mensagens que não vou esquecer. É uma leitura que recomendo!
Autor: Fredrik Backman
Editora: Fábrica 231
Páginas: 304
Ano: 2019
Adicione ao Skoob
*Cortesia da editora
Sinopse: Aos 63 anos, Britt-Marie vê sua vida virar de ponta-cabeça quando precisa abandonar sua rotina (e seu casamento) para se reconstruir em um vilarejo que transformará seu destino para sempre. Recheada de personagens emblemáticos, a trama nos leva a refletir sobre solidão, concessão, frustração e superação, temas que, apesar de cinzentos, ganham cores através da leveza de suas páginas. Com um humor sarcástico carinhosamente dosado para nos cativar, Britt-Marie esteve aqui tem tudo para se tornar um dos livros favoritos de todas as estantes.
Resenha
“Britt-Marie não sabe ao certo quando seu casamento escapuliu de suas mãos. Quando se tornou arranhado, por mais porta-copos que ela usasse. Antes ele costumava segurar a mão dela quando eles dormiam e ela sonhava os sonhos dele. Não que Britt-Marienão tivesse sonhos só dela; era só que os dele eram maiores, e quem tinha os sonhos maiores sempre vencia no mundo.”Durante toda a sua vida, Britt-Marie esteve preocupada com os outros, sempre pondo as necessidades de todos em primeiro lugar, nunca as dela. Quando era ainda muito jovem, sua irmã morreu e ela jamais se sentiu boa o suficiente, nem para os pais nem para ninguém. Era preciso estar o tempo todo mostrando eficiência, então ela limpava e arrumava e cuidava e estava preparada para atender a qualquer pedido.
Britt-Marie (não Britt, só quem a chamava assim era a sua irmã) foi criada para ser uma excelente mãe, esposa e dona de casa. Não foi criada para estudar ou trabalhar, nem para ter opiniões. A mulher deveria fazer aquilo que o marido mandasse que fizesse e pronto. Para Britt-Marie isso nunca foi problema, ela gostava de se sentir útil. Até que tudo mudou. Ela descobriu que o marido a traía e largou tudo. Foi atrás da própria vida.
Britt-Marie tem mais de sessenta anos e não podia se dar ao luxo de ficar chorando as mágoas sem antes encontrar um emprego, precisava de dinheiro para se manter. Seu marido é um homem rico, dono de empresa, mas ela não quer mais nada dele e agora tem que correr atrás de trabalho. Ela vai à agência de emprego e a atendente – com certa dificuldade – diz que não há vagas com o perfil de Britt-Marie. Pobre jovem, mal sabia ela o quão insistente aquela senhora poderia ser.
Britt-Marie simplesmente não aceita a falta de vagas, volta a cada dia, liga o tempo todo, não desiste até que a mulher da agência lhe dê um emprego! Ela teria que se mudar e o salário nem era lá essas coisas, mas para Britt-Marie era o suficiente, ela ganharia algum dinheiro, teria onde morar e seria útil novamente. Mas, acima de tudo, se ela morresse de repente, alguém daria falta.
Britt-Marie tem medo de morrer e não ser encontrada, ficar apodrecendo sem que alguém note. Quando se muda para a pequena cidade de Borg ela sabe que se morrer alguém vai perceber e para ela isso basta. Borg é uma cidade muito pequena que foi atingida pela crise financeira e com pouco comércio. Britt-Marie foi contratada para cuidar do centro recreativo que estava jogado às moscas. Após alguns dias, Britt-Marie já está familiarizada com a localidade e as pessoas acostumadas ao jeito dela. Todos se entenderam. E então Britt-Marie recebe um pedido inesperado, ser a técnica do time de futebol. Ela não entende nada de futebol, mas as crianças precisam de um adulto e ela aceita.
Quando se mudou para Borg, Britt-Marie não sabia como as coisas iriam mudar para ela, estava apenas fugindo de um passado e tentando viver o presente sem pensar em como seria o seu futuro, mas aquela cidade mexeu com ela, assim como ela mexeu com a cidade. Britt-Marie deixou uma marca em Borg para sempre e Borg deixou marcas nela. É nessa cidade que Britt-Marie aprende valiosas lições, aprende que os tempos mudaram e que ela consegue se adaptar a eles. E é em Borg que ela aprende o valor de verdadeiras amizades, por mais improváveis que possam parecer.
Minha impressão
Britt-Marie Esteve Aqui é uma leitura comovente e que tem muito a nos ensinar. Após terminar a leitura eu fiquei um bom tempo refletindo sobre as mensagens que o autor nos passa através da sua obra, Britt-Marie é uma senhora que está redescobrindo a vida, com mais de sessenta anos as coisas podem até ser difíceis para ela, mas não impossíveis. Essa é uma de suas características mais marcantes, ela não desiste.
Britt-Marie é a própria definição de organização, com uma lista para tudo, ela procura sempre seguir o planejamento. Quando se muda para Borg ela percebe que nem sempre uma lista pode ser a solução para os seus problemas e que uma gaveta de talheres desarrumada não é o fim do mundo (embora diga muito sobre quem a arruma). Britt-Marie passou anos de sua vida se dedicando exclusivamente ao marido e aos filhos dele, ela se anulou completamente para que seu marido pudesse alcançar os seus sonhos enquanto ela cuidava da casa e dos filhos dele. Britt-Marie era feliz assim, foi criada para fazer exatamente isso e não via problema algum. Até que descobriu uma traição e deu um basta. Largou a casa e foi em busca de viver seus sonhos. Sua vida.
Mudar dá medo. Fazer algo novo nos deixa apreensivos, temerosos. A incerteza do que pode acontecer nos assusta. Mas Britt-Marie não deixa que seus medos a atrapalhem, ela faz. É uma mulher corajosa, audaciosa, talvez um pouco incompreendida, mas tem um coração enorme. Quem a vê pela primeira vez pode pensar que é uma velha rabugenta que não gosta de nada novo, mas não é bem assim, ao conhecê-la melhor todos percebem o quanto ela gosta de ajudar o próximo e tudo o que ela quer é ser útil.
Britt-Marie Esteve Aqui foi um livro que me deixou emocionada em muitos momentos, me divertiu em outros e deixou mensagens que não vou esquecer. É uma leitura que recomendo!
Olá que dica de leitura incrível adorei saber sobre a obra, me parece o tipo de livro que gosto de ler, vou procurar mais a respeito dele e tentar adquirir!
ResponderExcluirOi Beatriz!!
ResponderExcluirMenina eu nunca nem ouvi falar desse livro e só dele a sua resenha já deu um quentinho no coração, acho tão importantes livros de superação, ainda mais um em que a protagonista é uma idosa, quantos livros a gente encontra com protagonistas nas terceira idade?? Que bom que gostou do livro, se teu tiver oportunidade eu vou ler!!
Beijos!
Eita Já Li
Caramba, parece uma leitura bem forte. E eu adorei que a Britt tem mais de 60, é tão difícil achar livros que tem personagens assim mais velhos como protagonista. Fiquei muito curiosa com essa jornada Tardia da personagem.
ResponderExcluirOlá,
ResponderExcluirEu já li um livro do Fredrik e realmente ele tem o dom de deixar tudo emocionante (no caso li Um Homem Chamado Ove, recomendo). E desde que amei a escrita dele eu quero ler tudo dele hahahaha. Gostei de conhecer a história desse, é a primeira resenha dessa história que leio, e super quero!
Debyh
Eu Insisto
Oiii tudo Bem ?
ResponderExcluirNão conhecia o livro é fiquei com curiosidade esse é aquele livro que deixa nosso coração quentinho. Fiquei querendo saber como a protagonista se saiu nessa nova jornada de descoberta esse livro parece um livro que eu vá gostar.
Bjs
Olá Bea!
ResponderExcluirGente que livro é este? Fiquei aqui de boca aberta com a coragem desta senhora e já quero muito conhecê-la mais de perto! Acho que vou curtir demais ter um tempinho com ela! srsr
Mudanças são importantes e saber aproveitá-las mais ainda! Grata pela dica!
Um abraço!