[Resenha] Identidade

 

Título: Identidade
Autor: tom W. Kooper
Editora: Independente
Páginas: 514
Ano:2024
*Cortesia da LC Agência de Comunicação

Sinopse: “Se somos a soma das nossas experiências, então quem somos se todas as lembranças de uma vida desaparecem da noite para o dia?”

Alan Cerqueira é médico, dono do hospital Boa Vista, pai de Lorena e casado com Isabella, uma jovem 28 anos mais jovem do que ele. Após um acidente de carro, Alan perde completamente a sua memória, esquecendo sua família, seus amigos e sua profissão. Na busca por tentar descobrir quem foi, Alan percebe que nem todas as pessoas são o que parecem ser, e descortinar o véu do passado pode não ser agradável. Alan então se depara com um dilema: ele deve tentar recuperar suas memórias ou recomeçar uma nova vida?

Ao mesmo tempo, Lorena começa uma investigação com a ajuda de amigos e do seu noivo, suspeitando de que o acidente do seu pai, na verdade, foi um atentado. Conforme as pessoas que podem jogar uma luz sobre esse mistério vão morrendo em circunstâncias suspeitas, mais certeza ela tem de sua teoria, colocando-se em perigo e podendo ser a próxima vítima.

Identidade fala não só da busca incessante de um homem pelo seu passado, mas também da verdadeira identidade daqueles que o cercam e da diferença entre quem somos e como nos mostramos e agimos perante o mundo.

Resenha

O renomado doutor Alan Cerqueira, dono de um importante hospital, sofreu um grave acidente que o fez perder completamente a memória. Ao despertar no leito de um hospital, Alan não reconhece ninguém e não lembra nem mesmo quem é. Os dias seguintes são de muita angústia, ele precisa saber mais sobre si mesmo. Porém, com o passar do tempo vai fazer descobertas que o deixam enojado em ver o homem que havia sido antes do acidente.

Casado com uma mulher com idade para ser sua filha, Alan não consegue encontrar dentro de si quaisquer sentimentos pela esposa, pelo contrário, envergonha-se de ter sido um homem a se casar com uma mulher tão jovem e de quem a filha não gosta. Para Lorena, sua filha, Isabella só quer o dinheiro dele. E conforme investiga seu passado, Alan descobre que o relacionamento entre ele e Isabella não estava muito bem e que ela, agora, se aproveita da amnésia para tentar manipular os sentimentos dele.

Lorena, por sua vez, acredita que o acidente do pai tenha sido criminal e está fazendo de tudo para encontrar quem tentou matar seu pai. A polícia não concorda com a hipótese de um atentado e não deposita muitos esforços nessa linha de investigação. Lorena contrata um detetive particular para ajudar com as suas teorias e quanto mais informações descobre, mais ela tem a certeza de que alguém queria tirar seu pai da jogada, resta saber quem.

Enquanto Lorena segue na sua busca sem revelar ao pai o que está fazendo, Alan também faz sua jornada de autodescoberta e mantém para si todas as informações que encontra. A verdade sobre o seu passado pode ser muito vergonhosa e dolorosa. Ele começa a ter lampejos de memória, mas as imagens são muito distorcidas e ele não as entende, elas não fazem o menor sentido. São lembranças de momentos variados com Isabella, mas como se eles não fossem casados, como se o relacionamento deles fosse extraconjugal.

Alan pede ajuda de uma hipnoterapeuta para tentar desvendar os mistérios dessas lembranças, a cada nova sessão as imagens vão ficando mais claras, o que o deixa cada vez mais cheio de dúvidas, ele tem a certeza de que há algo de errado. E ao mesmo tempo em que vai recuperando partes desconexas de sua memória, ele vai encontrando pistas sobre quem realmente é sua esposa, o antigo Alan estava se separando dela, talvez o atual Alan devesse fazer o mesmo, mas ele precisa entender tudo antes de tomar qualquer decisão.

Minha impressão

Identidade é um suspense com toques de thriller psicológico que conduz o leitor por um labirinto de segredos e traições em uma narrativa intensa e instigante. Com personagens complexos e uma trama completamente envolvente, a obra nos faz querer descobrir todos os mistérios envolvendo o passado de Alan e o acidente que o deixou sem memória.

Amantes de um bom enredo investigativo, temos aqui uma obra de excelente qualidade, eu fiquei tão presa a essa leitura que simplesmente não consegui parar. Estou participando de uma leitura coletiva da LC agência de comunicação, mas quem diz que eu segui o cronograma? Achei impossível parar na meta e li o livro em três dias.

Acompanhar Alan na sua jornada para descobrir sobre o seu passado é fascinante, criei uma teoria mirabolante sobre o que estava acontecendo e acertei, o que me deixou eufórica porque o autor brinca com o leitor o tempo todo, lança algumas pistas ao longo do livro ao mesmo tempo em que as contesta, fazendo com que duvidemos se aquilo está acontecendo ou não. E a explicação que ele deu para tudo foi ótima. Depois de tudo já esclarecido, o autor vem e joga mais uma dúvida. Terminei de ler e pensei: hum, será? Foi simplesmente uma sacada genial.

Quanto mais Alan descobre sobre si, mais ele tem a certeza de que não é aquele homem de antes, se questiona se vale a pena continuar investigando em vez de só aceitar a mudança e seguir com a nova vida. Mas, se fizesse isso, teria uma vida de felicidade plena sem saber suas origens e sem ter a oportunidade de reparar seus erros? As coisas que ele descobre o deixam perplexo, quase todos à sua volta guardam segredos e se beneficiam com essa amnésia. Algum de seus amigos teria sido capaz de planejar o suposto acidente?

Prepare-se para questionar tudo e se surpreender com cada página virada!

Minha nota para o livro