[Resenha] Um Corpo na Biblioteca

Título: Um Corpo na Biblioteca
Autor: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 184
Ano: 2014
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*Acervo pessoal

Sinopse: Ruby Keene, uma bela jovem, é encontrada morta na biblioteca da mansão do casal Bantry, aparentemente estrangulada. Dolly Bantry, a dona da mansão, chama sua amiga, a detetive amadora Miss Marple, para tentar descobrirem juntas quem é a garota, como foi parar lá, quem a matou e qual foi o motivo.
Tudo se complica ainda mais quando chega até eles a notícia de outra adolescente morta, carbonizada dentro de um carro incendiado em uma pedreira. Qual será a possível conexão entre os dois incidentes?

Resenha

“A dificuldade neste caso é que todo mundo tem sido crédulo e ingênuo demais. Não se pode simplesmente dar-se ao luxo de acreditar em tudo que as pessoas nos dizem. Quando há algo de suspeito, nunca acredito em nada! Conheço muito bem a natureza humana.”

Miss Marple tem pela frente um caso um tanto curioso, ao tomar ciência do crime ela já sabe que há algo errado e com seus métodos nada convencionais vai tentar encontrar o responsável pelo assassinato. Um corpo foi encontrado na biblioteca dos Bantry, era uma jovem loira, com um vestido barato de seda, unhas cortadas, maquiagem forte e uma completa desconhecida. A polícia é imediatamente chamada, mas a Sra. Bantry não perde tempo em chamar a sua velha amiga, uma detetive amadora.

A fama de Miss Marple vai longe, ela e a polícia já tiverem alguns encontros e a solteirona sempre está um passo à frente. Dessa vez não é diferente. Quando vê o corpo ela percebe alguns detalhes que a polícia deixa passar despercebidos. Nada naquela cena parece real. O primeiro suspeito é Sr. Bantry, a polícia (assim como todos os vizinhos) logo imagina se tratar de uma amante da qual ele queria se livrar, mas se fosse o caso ele não deixaria o corpo em sua própria biblioteca, deixaria?

Mas as coisas começam a ficar ainda mais estranhas quando a polícia recebe o aviso de desaparecimento de uma jovem dançarina que reside a muitos quilômetros do local e não conhecia os donos da casa. Uma prima faz o reconhecimento do corpo e então se descobre sua identidade (Ruby) , mas ainda falta o motivo pelo qual foi assassinada. Não houve crime sexual e ela foi estrangulada, segundo o perito o crime pode ter sido cometido tanto por um homem quanto por uma mulher.

Vasculhando o passado da jovem em busca de pistas de seu assassino a polícia descobre algumas informações importantes, mas nada que leve a dançarina à casa dos Bantry. Ela foi levada pela prima para trabalhar em seu lugar como dançarina e era uma moça muito carismática, em pouco tempo conquistou o coração de um senhor que perdeu a família em um terrível acidente onde somente ele sobreviveu, o Sr. Jefferson perdeu o movimento das pernas e vive confinado em uma cadeira de rodas.

O Sr. Jefferson é milionário e não tem parentes diretos, apenas sua nora e seu genro que embora o tratem muito bem não são, de fato, sua família. Por se sentir muito solitário ele decidiu adotar Ruby e deu entrada na alteração do testamento, com a sua morte a moça receberia uma grande quantia. A notícia pegou a nora e o genro desprevenidos e não os agradou em nada, mas se conformaram, afinal, quando se casaram os seus respectivos cônjuges receberam sua parte na herança.

A partir dessa descoberta a polícia levanta algumas hipóteses, mas quando um segundo corpo é encontrado dentro de um carro incendiado é preciso parar e reavaliar os fatos. É quando Miss Marple mostra toda a sua genialidade e, mais uma vez, desvenda o mistério antes da polícia. Nada é o que parece.

Minha impressão

Agatha Christie é a minha autora preferida, meu primeiro contato com um livro depois dos infantis foi com O Caso dos Dez Negrinhos (hoje se chama E Não Sobrou Nenhum) e eu me apaixonei pelo gênero, já li tantos livros dela que até perdi a conta. Lembro-me de ter lido esse livro quando estava no colégio, meu lugar preferido na escola era a biblioteca e eu pegava alguns livros lá. Mas faz tanto tempo que ao reler agora foi como se fosse a primeira vez, uma ou outra coisinha eu até lembrava, mas no geral foi tudo surpreendente para mim, ainda mais por eu ter lido só uma vez. Alguns livros dela eu releio várias vezes.

Eu nunca fui muito fã da Miss Marple, gosto mais do Hercule Poirot (meu personagem preferido até hoje), mas reconheço o quanto ela é perspicaz. Sua mania de fazer paralelos do caso a ser resolvido com o cotidiano da aldeia onde mora me irrita, cada vez que aparece ela tem sempre uma história para contar sobre algo parecido e fica cansativo, se fosse uma vez ou outra eu até deixava passar, mas o tempo todo me dá nos nervos. Tirando isso, ela é uma excelente detetive e seus métodos diferentes sempre dão muito certo.

Eu passei o livro todo suspeitando de uma pessoa e estava errada, quer dizer, em partes, o motivo pelo assassinato é bem óbvio durante a leitura, mas a autora nos leva a acreditar nas coisas que nos são ditas e quando Miss Marple revela tudo é bem surpreendente. A pessoa está acima de qualquer suspeita.

A narrativa é em terceira pessoa e ora acompanhamos os detetives ora acompanhamos Miss Marple, assim podemos ter uma visão mais ampla da investigação e ligar o que os dois lados descobriram. Ah, não existe uma briga entre eles, pelo contrário, ambos se ajudam para poder solucionar o caso.

Para quem gosta de livros policiais é uma leitura que vai agradar bastante e quem ainda não leu nada do gênero ou da autora também é uma leitura que recomendo.

Minha nota para o livro