[Resenha] Gus

 

Título: Gus (Livro #2)
Autor: Kim Holdem
Editora: Planeta
Páginas: 336
Ano: 2023
*Cortesia da editora

Sinopse: Gus Hawthorne ainda está sofrendo com o luto quando é forçado a voltar a rotina, sem estar preparado nem disposto. Sua banda, Rook, fica mais famosa a cada dia: o primeiro álbum não para de tocar ao redor do mundo e eles tem uma turnê europeia programada. Mas o que ele realmente quer é se esconder.
Como ele não pode largar tudo, Gus escolhe amenizar a dor com autodestruição. Bebidas, drogas e sexo viram suas válvulas de escape. Mas isso torna a convivência com a banda insuportável, e a única solução que seu empresário encontra tem nome e sobrenome: Scout MacKenzie. Uma mulher solitária, determinada, organizada e que não se deixa seduzir pela fama. Ela é a candidata perfeita a assistente de Gus.
Como era de se esperar, os dois se odeiam desde o começo. Gus vê uma babá inflexível. Scout vê o típico astro de rock mimado. Nenhum dos dois enxerga a bagagem emocional que o outro carrega, até que são obrigados a conviver e uma amizade começa a se formar. Mas será que Gus e Scout vão conseguir superar o passado e encontrar espaço para o amor?

Resenha

Gus está passando pelo pior momento da sua vida, com seu coração dilacerado e nenhuma vontade de encarar o mundo triste e sem cor. Os últimos meses foram de puro sofrimento e ele se afunda cada vez mais na lama, está jogado na escuridão e não consegue enxergar uma saída para tanta dor. Gus apenas se deixa levar e as situações que o cercam não são nada boas, o resultado é que ele se rende ao vício, drogas, sexo e bebidas o deixam entorpecido para suportar a agonia que é a vida.

A banda também não consegue lidar bem com ele nesse momento, seus amigos tentam ajudá-lo como podem, mas Gus não quer ajuda, ele não quer ser resgatado de nada, só quer acabar com a dor. Então o empresário precisa agir e contrata uma assistente para cuidar dos assuntos profissionais do astro do rock nesse momento complicado. E isso não deixa Gus nada animado, ele não quer uma babá!

Scout acabou de sair de uma das piores situações que já viveu, ser contratada como assistente de Gus é um escape que ela estava precisando imediatamente, mas é um emprego temporário e ela não tem ideia do que vai fazer depois. Não pode simplesmente voltar, precisa dar um rumo à sua vida, precisa se reerguer. Ela é uma mulher solitária que não consegue enxergar o quanto é incrível, as cicatrizes na alma e no corpo não a deixam perceber suas qualidades, e tudo o que ela vê são as feridas, são os seus defeitos.

Scout está acostumada com as pessoas encarando suas cicatrizes, sua autoestima é completamente baixa e, para piorar, não consegue se libertar das garras do ex, ele a tem em suas mãos, por mais que ela saiba que ele não a merece, por mais que ela saiba que ele faz mal, que ele a maltrata, que é violento, abusivo, ela não consegue se desligar completamente, é só ele estalar os dedos que ela vai correndo atrás. Essa relação a deixa desestabilizada, ele mexe com o psicológico dela, tornando-a dependente e desencorajada. Scout sabe que precisa dar um fim nessa situação, mas é tão difícil.

Scout não gosta de assistir aos shows da banda e está ali apenas porque precisa, ela não gosta do Gus tanto quanto ele não gosta dela. Para Scout, o Gus é um astro mimado que está acostumado com mulheres se jogando em seu colo e o acha um babaca; para Gus, a Scout é uma mulher impaciente (ele até a apelidou assim), irritada e muito chata. Mas o que nenhum dos dois consegue entender é que por trás da fachada, os dois têm seus pontos fracos e estão completamente feridos.

Quando, finalmente, eles dão uma chance para conhecerem melhor um ao outro, percebem que suas impressões iniciais estavam erradas e uma estranha amizade surge entre eles. Scout descobre que Gus é sensível, carinhoso, prestativo e tem um coração enorme. Gus descobre que Scout é uma mulher forte (embora ela mesma não veja isso), inteligente e que gosta de ajudar a todos, mas que chegou o momento de ser ajudada.

Minha impressão

Após o final destruidor de Raio de Sol, esse livro vem para afagar o coração dos leitores (e também fazê-lo doer um pouco mais) e nos contar o que está acontecendo com os personagens, especialmente o Gus. Ele viu seu mundo desmoronar, está sem chão e sem qualquer vontade de viver, então se rende ao vício e passa os dias apenas suportando viver. Sex0, dr0ga$, e bebidas. Só assim ele consegue lidar com toda a dor.

Seu empresário precisa intervir e contrata uma assistente que não é deslumbrada com a banda e que fará o trabalho da melhor forma possível. Scout tem seus próprios traumas, um passado cheio de amargura e cicatrizes no corpo e na alma que não a deixam ver o quanto ela é especial e incrível.

Aqui é ódio à primeira vista, eles não se suportam, mas se toleram profissionalmente. Os dois não estão bem, os dois precisam de ajuda e vão encontrar apoio onde menos esperavam, um no outro. Com o passar dos dias, eles começam a perceber que aquela impressão que tiveram inicialmente estava errada, vão entender que cada um tem suas bagagens emocionais e que precisam sair do buraco onde estão.

Gus é uma história linda de superação, que nos mostra o poder da amizade e a força do amor. Eu estava muito ansiosa para ler e ao mesmo tempo com medo, Raio de Sol destruiu meu coração e eu tinha receio de Gus não atender às expectativas, mas atendeu e superou! Foi bom revisitar o Gus e ver como ele conseguiu superar e se reerguer. Amei conhecer a Scout, ele é uma personagem incrível. A autora trouxe um romance que aconteceu aos poucos, sem pretensão e eu adorei isso.

Dá para ler sem ter lido Raio de Sol? Até dá, mas vai ter muito spoiler do primeiro livro e a emoção vai ser maior se conhecer a história de antes.

Não é um livro que vai te fazer chorar horrores como o anterior, mas é uma leitura intensa e emocionante, que vale a pena!

Minha nota para o livro